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A alta atmosferaSaber mais |
A química do ozono estratosféricoA descoberta do buraco do ozono em 1985 conduziu a um aumento na investigação da química do ozono estratosférico. As secções seguintes apresentam brevemente a química da estratosfera e o seu enquadramento histórico.
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A descoberta do ozono e as primeiras mediçõesA investigação do ozono é um ramo da ciência da atmosfera relativamente antigo. Em 1840 o gás foi baptizado de “ozono” (o cheiro) pelo químico Christian Friedrich Schönbein, que descobriu que esta substância se formava durante descargas eléctricas. Pouco tempo depois descobriu-se que o ozono é um componente natural do ar. O primeiro método para medir o gás foi desenvolvido pelo próprio Schönbein, e o método foi posteriormente melhorado em Paris, no Observatório de Mont Souris. São deste observatório as primeiras séries temporais de dados de ozono (1876 - 1910) e estes dados dão-nos uma ideia de quais eram as concentrações atmosféricas na camada limite antes da revolução industrial.
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Em 1879 a investigação mostrou que pouca radiação solar UV-B atingia a superfície da Terra. Um ano mais tarde descobriu-se que o ozono absorve fortemente a radiação naqueles comprimentos de onda e que, portanto, poderia ser responsável pela remoção da radiação UV-B. A quantidade de ozono disponível na baixa troposfera era, contudo, demasiado diminuta para justificar o declínio da radiação UV-B e admitiu-se (correctamente) que a maior parte do ozono se encontraria em camadas elevadas da atmosfera. A investigação chave deste assunto foi realizada por Gordon Dobson nos anos 1920. Dobson desenvolveu o espectrómetro Dobson que tem sido utilizado desde 1929 na medição da coluna de ozono total e que está ainda em uso, apesar de estar a ser gradualmente substituído por instrumentos mais modernos. Para mais pormenores acerca do funcionamento do espectrómetro Dobson, prima
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As reacções Chapman
Estas reacções mostram como o oxigénio e o ozono se transformam um no outro. As ligações entre os átomos de oxigénio quebram-se por fotólise, devido à intensa radiação solar ultravioleta. É necessária mais energia para quebrar as ligações O-O na molécula O2 (comprimentos de onda inferiores a 240 nm) do que a energia necessária para quebrar as ligações O-O na molécula O3 (comprimentos de onda inferiores a 900 nm). As reacções de formação e de depleção do ozono estão em equilíbrio e o resultado final é uma reacção “nula”: 3 O2 -> 2 O3 e 2 O3 -> 3 O2
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Absorção da radiação ultravioletaCada molécula absorve energia numa determinada gama do espectro electromagnético. Como as ligações entre os átomos nas moléculas têm intensidades variáveis, são necessárias diferentes quantidades de energia para as destruir. A ligação entre os dois átomos de oxigénio numa molécula de oxigénio (O2) é muito forte e só pode ser quebrada se a molécula absorver radiação UV-C, muito energética. As ligações entre os átomos de oxigénio no ozono são um pouco mais fracas e podem ser quebradas pela absorção da radiação UV-B, ligeiramente menos energética. A absorção desta radiação de curto comprimento de onda, muito energética, pelo O2 e pelo O3 na estratosfera evita que a radiação atinja a troposfera e aí os destrua (O2 e O3). A radiação menos energética (com comprimentos de onda maiores) atravessa a atmosfera, chegando à superfície da Terra.
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Contudo, uma pequena fracção da radiação UV-B chega à superfície da Terra, permitindo a formação dos radicais OH que limpam a troposfera. Esta fracção é também crítica e tem implicações biológicas, como o bronzeado ou as alterações no ADN.
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Depleção do ozono por radicaisAs concentrações de ozono medidas não podem ser simplesmente explicadas pelas reacções de Chapman. A investigação científica conduzida desde 1970 tem mostrado que os óxidos de nitrogénio e os radicais reactivos de halogéneo também estão envolvidos na química do ozono. Os cientistas Paul Crutzen, Mario Molina e Sherwood F. Rowland receberam, em 1995, o Prémio Nobel da Química pelo seu trabalho nesta área. Molina e Rowland descobriram em 1974 que os clorofluorcarbonetos (CFC) destroem o ozono.
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O ozono não é só removido por fotólise, pela radiação solar ultravioleta. Também o é pela reacção com compostos químicos reactivos, X Um ligeiro decréscimo nas concentrações de ozono foi previsto pelos cientistas quando começaram a ser libertados para a atmosfera, pela actividade humana, quantidades significativas de elementos contendo halogéneo. Contudo ninguém previu que os níveis de ozono na estratosfera diminuíssem tão dramaticamente sobre a Antártida, antes da sua medição em 1985. |
Acerca desta página:Autor: Dr. Elmar Uherek - MPI for Chemistry, Mainz |