espere Environmental Science Published for Everyobody Round the Earth
Printer friendly version of this page
Home    Contacto    !GIFT2009!    espere international   
Oceanos
básico
1. Oceanos e clima
- Propriedades da água
- Circulação oceânica
- Como os oceanos absorvem o dióxido de carbono
2. Nutrientes oceânicos
3. Gases produzidos pelo fitoplâncton
mais
     
 

Oceanos

Básico

Como os oceanos absorvem o dióxido de carbono

O gás mais importante do efeito de estufa, excluindo o vapor de água, é o dióxido de carbono (CO2). Os níveis deste gás foram mudando ao longo do tempo de uma maneira natural ou causada pelos seres humanos. Uma grande parte do dióxido de carbono produzido pelo ser humano não fica na atmosfera mas é armazenado nos oceanos ou na terra firme, nas plantas ou nos solos.
 

 

básico
básicomais
básicomais
básicomais
básicomais
 

Os sedimentos são, de longe, a maior reserva de carbono na Terra, nos continentes como nos oceanos, apresentando-se sobre a forma de carbonato de cálcio (CaCO3), principalmente. A segunda maior reserva é aquela que é constituída pelo oceano profundo, onde o carbono apresenta-se sobre a forma de carbonato dissolvido (CO32-) e iões de hidrogenocarbonatos (HCO3-).  Estima-se que um terço da dióxido de carbono, resultante da combustão das energias fósseis, encontra-se armazenado nos oceanos através de processos físicos e biológicos.

Processos físicos

O dióxido de carbono dissolve-se mais facilmente na água fria de que na água quente; ele dissolve-se, também, mais facilmente na água do mar de que na água pura, porque a água do mar contém, naturalmente, iões de carbonato. 

A reacção do dióxido de carbono com os iões de carbonato produz iões de hidrogenocarbonatos (ver reacção acima). Devido a esta reacção que o consome, o dióxido de carbono é pouco abundante na água do mar. Os níveis de CO2 na água do mar são, então, tão baixos que o dióxido de carbono atmosférico pode entrar nos oceanos (os químicos chamam este processo por Princípio de Le Chatelier). Se a água permanece à superfície e aquece quando viaja a volta do globo, o dióxido de carbono voltara rapidamente para a atmosfera. Mas se a água desce para as profundezas oceânicas, o carbono pode permanecer, aí, armazenado durante mais de 1000 anos, antes que a circulação oceânica o faça subir à superfície e, deste modo, de volta para a atmosfera. As águas frias descem para o fundo do oceano nas altas latitudes no Oceano Austral e nos Mares do Norte e do Labrador no Oceano Atlântico Norte. Estas zonas representam as principais regiões onde o dióxido de carbono é absorvido pelo oceano através dos processos físicos.

 

 

Processos biológicos

Existem, também, processos biológicos de absorção de dióxido de carbono: o CO2 é, igualmente, consumido pelo plâncton vegetal através da fotossíntese e, assim, convertido em matéria vegetal. As algas marinhas e o plâncton vegetal consomem quantidades aproximadamente idênticas de dióxido de carbono, mas o plâncton vegetal desenvolve-se mais rapidamente que as algas. 

A maior parte do dióxido de carbono consumido pelo plâncton vegetal (fitoplâncton) volta para a atmosfera quando este fitoplâncton morre ou é consumido, mas uma parte é depositada nos sedimentos no fundo do oceano, quando estas pequenas partículas afundam-se. Este processo é chamado "bomba biológica" porque o dióxido de carbono é transportado da atmosfera para o fundo do oceano. Como nos processos físicos, é, sobretudo, nas altas latitudes que esta bomba é mais eficaz, porque o fitoplâncton que vive nestas águas frias é suficientemente pesado para afundar-se nas águas profundas depois de morrer.

1. Esta figura dá uma ideia muito simples sobre a maneira como a bomba biológica funciona. O fitoplâncton necessita do dióxido de carbono para proceder a realização da sua fotossíntese. As bactérias alimentam-se de plâncton vegetal e libertam, então, nutrientes e o dióxido de carbono de volta para a água. Este processo é chamado remineralização e falaremos dele na segunda parte do Básico. a remineralização realiza-se, sobretudo, nas águas superficiais. O dióxido de carbono é, então, absorvido outra vez pelo fitoplâncton, para a fotossíntese, ou libertado para a atmosfera. Se o fitoplâncton morre e afunda-se para as profundezas dos oceanos, o dióxido de carbono libertado para a remineralização armazena-se, aí, durante séculos, reduzindo, assim, o impacto do aquecimento planetário. Autor: Lucinda Spokes.

2. Uma fotografia produzida por um microscópio electrónico do fitoplâncton Emiliania Huxleyi com o seu esqueleto em carbonato de cálcio. Fonte: NOAA.

Existem vários tipos de fitoplâncton nos oceanos, à semelhança da vegetação na terra firme. As simulações feitas por computador sugerem que a actividade humana pode alterar os tipos do plâncton vegetal. Os humanos poderiam ter, então, uma influência indirecta sobre as quantidades do carbono armazenado no oceano profundo. Por exemplo, Algumas espécies de plâncton, como o muito abundante Emiliania Huxleyi apresentam um esqueleto composto pelo carbonato de cálcio. Construindo o seu esqueleto, este plâncton liberta dióxido de carbono (ver a reacção abaixo) e, isto, reduz a absorção do dióxido de carbono atmosférico pela água do mar.

 

 

Até ao momento, não se conhecem todas as razões pelas quais algumas espécies de fitoplâncton se desenvolvem, preferencialmente, nalgumas regiões do oceano e não noutras. Isto implica, que não se pode prever, hoje, as consequências das actividades humanas sobre as quantidades de fitoplâncton que têm um esqueleto em carbonato de cálcio, nem o impacto sobre o clima devido ao aumento ou diminuição desta espécie.

 

About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci reviewer: Dr. Marie Jose Messias - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
2. sci. reviewer: Dr. Holger Brix - Institute of Geophysics and Planetary Physics, University of California, Los Angeles - USA.
edu. reviewer:
Última versão: 2003-10-22

 

 top

ESPERE / ACCENT

last updated 18.07.2006 11:49:20 | © ESPERE-ENC 2003 - 2013