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Ao introduzirmos ferro no oceano, em grande escala, será que ajudará a atenuar o aquecimento global?

O ser humano é o principal responsável pelo rápido aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases de efeito de estufa na atmosfera e, por consequência, contribui para o aquecimento global. Temos dois possíveis caminhos para travar e atenuar a subida dos níveis destes gases na atmosfera. Podemos reduzir as nossas emissões de gases de acordo com o Protocolo de Kyoto ou podemos retirar o dióxido de carbono da atmosfera aumentando a capacidade da Terra de armazenar carbono ao longo prazo.

 

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As plantas terrestres são importantes reservas de carbono e muitas das sugestões propostas em relação ao aumento da capacidade de armazenamento do carbono na Terra se hão centrado em reduzir o ritmo de desaparecimento das florestas e plantar novos arvoredos. Também pensou-se em armazenar mais carbono nos oceanos. Sugeriu-se que, espalhando grandes quantidades de ferro em grandes extensões dos oceanos, aumentaria o crescimento do fitoplâncton, o que implicaria maior actividade de fotossíntese e, por consequência, levaria a uma maior absorção de dióxido de carbono e uma redução dos níveis deste gás na atmosfera. Actualmente, temos a capacidade de realizar esta fertilização dos oceanos em grande escala mas, será que temos a sabedoria e o conhecimento científico necessários para determinar se é aceitável que se usam os oceanos desta maneira?

 

Razões a favor da fertilização a grande escala

Os partidários da fertilização dos oceanos pelo ferro sugerem que:

1. o aumento de fotossíntese como resultado de um maior crescimento de fitoplâncton reduzirá os níveis de dióxido de carbono na atmosfera e reduzirá o aquecimento global.

2. uma vez morto, o fitoplâncton afunda-se e leva com ele o carbono para o fundo do oceano onde fica armazenado durante séculos

3. maiores quantidades de fitoplâncton significam mais alimento para outras espécies, mais peixes e mais comida para a crescente população humana.

 

Os partidários também sustentam que a fertilização deliberada dos oceanos é, de algum modo, o mesmo que fertilizar os solos para a agricultura e que se trata de uma opção mais barata para reduzir as concentrações de carbono em comparação com outras medidas actuais. Estes partidários acreditam também que este método não prejudica o meio ambiente e que é uma solução a longo prazo para combater o aquecimento global. Eles sugerem que o carbono armazenado no fundo do mar se pode vender em forma de créditos no marcado global do carbono.

 

Razões contra a fertilização a grande escala

As experiências científicas realizadas sobre a fertilização com ferro demostram que a adição de ferro nas regiões oceânicas de Muito Nitrato e Pouca Clorofila (HNLC) provoca um aumento no crescimento do fitoplâncton. No entanto, estas experiências também mostraram que:

1. a adição de ferro altera por completo as comunidades biológicas marinhas.

 2. a decomposição de grandes quantidades de fitoplâncton reduz os níveis de oxigénio na água.

 3. a actividade microbiana associada a baixos níveis de oxigénio pode produzir potentes gases de efeito de estufa como o metano (62 vezes mais potente que o dióxido de carbono) e o óxido nitroso (275 vezes mas activo que o dióxido de carbono).

4. para obter algum benefício no armazenamento do carbono, a fertilização tenderia a ser realizada no Oceano Austral, visto que é a única região HNLC em que a água desce até ao fundo levando o carbono.

 

Existem dois possíveis resultados da fertilização deliberada dos oceanos. Os partidários asseguram que adicionar ferro aumentaria a absorção do dióxido de carbono pelo oceano e melhoraria a saúde das comunidades marinhas. Aqueles que se dizem contra a fertilização sugerem que este processo não melhora em nada a capacidade do oceano em absorver dióxido de carbono e só danificaria os ecossistemas marinhos. Obrigado a Ken Buesseler de Woods Hole Oceanographic Institution por ter permitido o uso desta imagem.

O que devemos fazer?

Sugere-se que para reduzir os níveis do dióxido de carbono na atmosfera pode-se utilizar o método da fertilização pelo ferro em grande escala, método este que pode ser realizado com facilidade. No entanto, estudos científicos mostraram que a adição de ferro pode reduzir os níveis de dióxido de carbono, na melhor da hipóteses, em apenas 16%. Isto pode alterar a ecologia dos oceanos e não se sabe quais serão as consequências desta fertilização ao longo prazo.

Todos nós temos que pensar nas implicações da fertilização porque os oceanos são muito importantes tanto para nós como para o clima. Pode-se adicionar ferro individualmente ou será necessário ter acordos internacionais entre países? Devem os cientistas decidirem sozinhos ou devemos tomar em conta a opinião da indústria? Existem outras alternativas para acabar com o problema do aquecimento global?

 

 

About this page:
author: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci reviewer: Dr. Dorothee Bakker - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
2. sci reviewer: Dr. Peter Croot - Institute for Marine Research, University of Kiel, Kiel - Germany.
edu. reviewer:
last updated: 2003-10-02

 

 

 

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