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Mais sobre alterações ambientais e saúde humana.

 

 

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Nos países industrializados, o conceito "Saúde Ambiental" refere-se convencionalmente aos efeitos adversos na saúde humana causados pela exposição a agentes físicos e químicos específicos no ambiente local. Até ao momento a enfase tem sido dada aos contaminantes na água, ar, solo e alimentos.

Epidemiologistas e toxicólogos têm tentado quantificar os efeitos desta exposição, ou estudando populações humanas ou utilizando experimentação animal.

Perigos ambientais globais para a saúde humana incluem: 

 

  • alterações climáticas resultantes do aumento da concentração dos gases de efeito de estufa na baixa Atmosfera.


Figura. 1.
1. Energia do Sol que atinge a superfície da Terra.  A camada de ozono protege a Terra da radiação solar ultravioleta.
2. Cerca de 30 por cento da energia solar é reflectida para o espaço exterior.
3. A queima de combustíveis fosseis e a deforestação aumenta a concentração de dióxido de carbono na Atmosfera.  Outros gases de efeito de estufa como o metano são também acrescentados à Atmosfera em resultado da actividade humana.
4. Os gases de efeito de estufa formam como que um "cobertor" que permite reter parte da energia emitida pela superfície da Terra, aumentando, desta forma, a temperatura da Terra. 
Fonte:http://www.texasep.org

 

Figura 2. Níveis de radiação UV  são influenciados por: elevação solar, latitude, nebulosidade, altitude, ozono, refleção no solo.
Fonte:www.who.int

  • depleção do ozono estratosférico. 

Efeitos da radiação solar ultravioleta na saúde humana incluem:
danos na pele - melanoma maligno, cancro não-melanocitico, queimaduras 
danos nos olhos - opacidade de lente, retinopatias solares agudas, cancro da córnea e conjunctiva,
redução na imunidade e aumento na suscetibilidade à infecção
efeitos directos - produção de vitamina D: prevenção de raquitismos, possível benefício para hipertensão, bem-estar geral alterado: ciclos de sono/desperto, humor
efeitos indirectos - no clima, fornecimento de alimento, vectores de doença infecciosa, poluição do ar.

 

  • perda de biodiversidade.

A perda de biodiversidade está a verificar-se muito rapidamente e envolve o desaparecimento de espécies e genes úteis e pelo enfraquecimento de vários ecossistemas reduzindo o escoamento de "bens e serviços" da natureza que suportam a vida.

Figura 3. Até as florestas remanescentes da América do Norte estão a ser destruídas para permitir maior desenvolvimento.
Fonte: library.thinkquest.org

 

  • desertificação, depleção de solo fértil, água subterranea e pesca.  Em consequência diminui a quantidade de alimento que pode ser produzida e os ganhos expectáveis com os organismos genéticamente alterados, agricultura de precisão e aquacultura.
Figura 4. Esquerda: Uma cabra procura alimento no solo esparsamente vegetado do Sahel de África.
Direita: Veículos todo o terreno aumentam a perda de solo no delicado ambiente do deserto
Fonte: pubs.usgs.gov

 

  • alguns poluentes químicos comuns são agora reconhecidos como persistente e globalmente dispersos. Alguns parecem afectar os sistemas neurológicos, imunitário e reprodutivos e já não podem ser considerados como tendo toxicidade específica e limitada.

 

Figura 5. Os humanos emitem cada vez mais gases de efeito de estufa para a Atmosfera. Carros, camiões, sistemas de aquecimento das habitações e locais de trabalho e cetrais de produção de energia são responsáveis por cerca de 98% das emissões de dióxido de carbono e 18% das emissões de óxido nitroso nos EUA. 
Fonte: www.wrh.noaa.gov

 

Além das alterações ambientais globais, tendências gerais no interior das sociedades humanas tiveram, igualmente, efeitos muito significativos na saúde humana. A capacidade de permitir a existência e manutenção de vida do ambiente é determinante na saúde das população a médio- e longo-prazo. É ainda necessário realizar muito trabalho para melhorar nossa compreensão da relação ecológica fundamental entre condições ambientais, condições climáticas e saúde humana.

 

 

Medidas da saúde das populações

É necessária uma medida para descrever a saúde das populações. O peso das doença inclui a quantidade total de doença ou morte prematura no interior da população. Para comparar as fracções do peso atribuíveis a diferentes factores de risco é necessário, em primeiro lugar, o conhecimento da severidade/incapacidade e duração do déficit de saúde, e, secundariamente, o uso de unidades standards de déficit de saúde. A medida, Anos de Vida de Incapacidade Ajustado, AVIA (Disability Adjusted Life Year, DALY, em inglês) é extensamente utilizada e define-se como a soma de

     -  anos de vida perdidos devido a morte prematura AVP (years of life lost due to premature death, YLL)
     -  anos de vida vividos com incapacidade AVI (years of life lived with disability, YLD).

AVP (YLL) tem em conta a idade de morte, enquanto AVI (YLD) tem em atenção a duração da doença, idade no início do envelhecimento, e um termo de incapacidade que reflete a severidade da doença. Com base nesta medida, os impactos das alterações no clima podem ser calculados e em 2000 eram os seguintes nas diferentes regiões .

 

Região AVIA total(1000's) AVIA por milhões de pessoas
África 1894 3071.5
Região Este do Mediterraneo 768 1586.5
America Latina e Caraíbas 92 188.5
Sudeste da Ásia 2572 1703.5
Pacífico ocidental (sem os países desenvolvidos) 169 111.4
Países desenvolvidos (e Cuba) 8 8.9
MUNDO 5517 920.3
 

 

Examplos em como diferentes alterações ambientais afectam a ocorrência de várias doênças infecciosas nos humanos.
Alteração ambiental Doenças exemplo Trajectória do efeito
Represas, canais, irrigação Schistosomiasis D  Habitat de caracol, contacto humano
Malária D Locais de criação de mosquitos
Helminthiasies D Contacto larval devido ao sólo húmido
River blindness Ñ Criação de Blackfly , Ñ doença
Intensificação da agricultura Malária Insecticidas e  D vectores de resistência
Febre hemorrágica Venezuelana D  abundância de roedores, contacto
Urbanização, aglomerados urbanos Cólera Ñ serviço de saúde pública, higiene; D contaminação da água
Dengue Lixo nos colectores de água, locais de criação de mosquitos Aedes aegypti
Cutaneous leishmaniasis D proximidade, vectores de sandfly
Deforestação e nova habitação Malária D locais de criação e vectores, imigração de pessoais susceptiveis
Virus de Oropouche D contacto, criação de vectores
Leishmaniasis D contacto com vectores de sandfly
Reforestação Doença de Lyme D anfitriões de carrapatos, exposição ao ar livre
Aquecimento do ceano Marés vermelhas D florescimentos de algas tóxicas
Aumento da precipitação Febre do vale do rift D Charcos para a criação de mosquitos
Sindroma pulmonar Hantavirus D Alimento dos roedores, habitat, abundância

                                                                                            D aumento               Ñ redução

 


Sobre esta página:
Autor: Sándor Szalai - Hungarian Meteorological Service
Revisão científica: Dr. Ildikó Dobi Wantuch / Dr. Elena Kalmár - Hungarian Meteorological Service, Budapest
Última actualização: 2004 - 02 - 24
Traduzido por Mário Pereira - Dep. de Física, UTAD, Portugal

 

Referências:
 
webpage:http://www.who.int/globalchange/climate/en/ccSCREEN.pdf
http://whqlibdoc.who.int/hq/2000/WHO_SDE_OEH_00.4.pdf
http://www.texasep.org
library.thinkquest.org
pubs.usgs.gov
http://www.who.int
http://www.wrh.noaa.gov

 

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