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Oceanos
básico
1. Oceanos e clima
- Propriedades da água
- Circulação oceânica
- Como os oceanos absorvem o dióxido de carbono
2. Nutrientes oceânicos
3. Gases produzidos pelo fitoplâncton
mais
     
 

Oceanos

Básico

Circulação oceânica

A energia de origem solar não incide de igual modo sobre a Terra, sendo que a maior parte desta radiação atinge uma faixa, a volta do equador terrestre, entre 34ºN e 34ºS. Isto explica o alto valor do gradiente térmico entre o equador e os pólos. Os movimentos do ar e dos oceanos são controlados por estas diferenças de temperatura que proporcionam uma transferência de calor do equador para os pólos.
 

 

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Mais de metade do calor transportado a volta do planeta é realizado pelos oceanos que, por esse motivo, representam a parte mais importante do sistema de controlo do clima terrestre. Se acontecer uma mudança na circulação oceânica devido ao aquecimento global, notar-se-ão maiores alterações no clima. A circulação oceânica, também, transporta oxigénio proveniente da atmosfera tornando possível a vida marinha.

A água do mar desloca-se continuamente a volta do globo, tanto na horizontal como na vertical, movimentando-se da superfície para as águas profundas e vice-versa. Como a distância percorrida é muito grande, a água do mar pode levar, aproximadamente, 1000 anos para dar a volta à Terra.

O movimento da água nos oceanos obedece à dois processos intimamente ligados entre si:

  1. Circulação devida à densidade: a água movimenta-se dervido às diferenças na densidade existentes nos diferentes locais. A densidade da água do mar depende da sua temperatura e da quantidade de sal que contém (salinidade). Este movimento é chamado circulação termohalina (termo - temperatura, halina - sal)
  2. Circulação induzida pelos ventos que resulta em enormes correntes de superfície como a Corrente do Golfo.

 

1. Circulação oceânica esquematizada pela NASA. As setas claras indicam o movimento geral da água à superfície dos oceanos e as setas escuras mostram o movimento das águas profundas. Os números indicam: 1. A Corrente do Golfo que transporta calor das regiões tropicais para a Europa do norte. 2. A formação das águas profundas norte atlânticas que resulta do forte arrefecimento da água no pólo norte. 3. A formação das águas profundas antárcticas devido à produção de grandes blocos de gelo a volta da Antárctida.

Circulação termohalina

No Hemisfério Norte

A circulação oceânica transporta a água da superfície do mar para a região polar onde arrefece. Este arrefecimento liberta calor, que acaba por aquecer o ar e arrefecer a água. A água arrefecida torna-se mais densa e, por consequência mais pesada, movimenta-se até ao fundo do oceano. Isto resulta na formação de novas águas profundas que substituem as já existentes, empurrando-as para o equador. As principais regiões de formação desta águas profundas são os mares de Labrador e de Gronelândia localizadas no norte do Atlântico Norte. Estas águas profundas do Atlântico Norte fluem, então, para o sul junto ao fundo do oceano, permitindo às águas quentes superficiais desaguar nesta região para as substituir. Ocorre, também, um forte arrefecimento da água no mar de Béringue no Pacífico Norte, mas a estrutura do fundo do oceano é diferente, nesta zona, e impede a água profunda que se forma ai, de entrar nesta circulação oceânica.

Antárctida

A formação de águas profundas ocorre, igualmente, a volta da Antárctida, devido à produção do gelo do mar. Este gelo contém pouco sal e, quando se forma, a água envolvente torna-se mais salgada e, por consequência, mais densa. Esta água mais densa desce, então, para as profundezas até perto do continente antárctico e, forma-se aquilo que se chama Água Antárctica do Fundo. No fundo do oceano, esta água estende-se e move-se a volta da maior parte do fundo oceânico.

 

2. Esta imagem mostra o relevo da superfície terrestre (incluindo os oceanos). As cores claras ao nível dos oceanos indicam as cadeias montanhosas. A mistura de água nestas zonas obriga as águas profundas a subir à superfície. Prima sobre a imagem para aumentar (96 KB). Fonte: NOAA.

Durante muito tempo, pensou-se que as águas profundas que se formam nos pólos, deslocavam-se para o equador aquecendo-se lentamente, o que lhes permite subir à superfície. Depois, estas águas quentes, de superfície voltavam para os pólos fechando o ciclo. No entanto, os estudos recentes mostraram que este processo de subida progressiva das águas era demasiado lento para poder explicar a idade da água do mar.

Os cientistas pensam, agora, que as águas profundas que circulam junto ao fundo dos oceanos encontram as chamadas dorsais oceânicas. Estas cadeias montanhosas oceânicas obrigam as águas profundas a subir até à superfície. No Oceano Austral, o vento provoca, igualmente, uma mistura intensa que traz as águas profundas à superfície. Uma vez à superfície, a água volta para os pólos devido às correntes superficiais induzidas pelos ventos, afim de completar o ciclo.

Circulação induzida pelo vento

A Corrente do Golfo

A Corrente do Golfo é uma das mais importantes correntes provocadas pelo vento. Esta corrente transporta a água tropical muito quente, do Mar das Caraíbas e do Golfo do México, para a Europa do Norte através do Atlântico Norte. O calor da água aquece o ar que se situa imediatamente acima desta água e este movimento do ar representa um processo essencial de transporte do calor para o norte. Graças a este transporte de calor que a Europa do Norte é mais quente que os países que se localizam nas mesmas latitudes na América do Norte ou a volta do Oceano Pacífico.

 

3. Esta imagem mostra, claramente, as águas quentes da Corrente do Golfo (vermelho) que viajam no Atlântico Norte. Vê-se, a costa norte americana acima no canto esquerdo. Esta imagem foi recebida pelo sensor MODIS (the Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) embarcado à bordo dos satélites Terra e Aqua da NASA. Prima sobra a imagem para aumentar (63 KB).

Por exemplo, a temperatura média anual em Iqaluit (64oN, 068oW) na zona noroeste do território canadiano é de -9.1 oC. Comparando, esta última, com a temperatura média anual em Trondheim (63oN, 010oE) na Noruega que tem um valor de +4.8 oC. Pode-se, também, pensar nas tempestades de neve, no inverno, em Nova-Iorque que tem a mesma latitude que Madrid. Os registos de longo termo sugerem que, graças à Corrente do Golfo, as temperaturas médias na Europa do Norte são superiores cerca de 9 oC, comparadas com as temperaturas médias noutros locais, mas com a mesma latitude.

A Corrente do Golfo representa um exemplo de "Corrente Profunda do Bordo Ocidental", que é definida como sendo a corrente que flui ao longo da costa oeste de uma grande bacia oceânica. A corrente correspondente no Oceano Pacífico é a Corrente de Kuroshio (ou Corrente do Japão) e no Oceano Índico é a Corrente das Agulhas. Estas correntes do bordo ocidental resultam das interacções entre a forma da bacia oceânica, a direcção do vento e a rotação da Terra. Estas três correntes movimentam-se com uma velocidade relativamente elevada (a Corrente do Golfo tem uma velocidade média de 1 m s-1, ou seja, 3.6 km h-1), são bastante estreitas (entre 100 a 200 km de largura) e influenciam, altamente, o clima da região correspondente. Existem, igualmente, correntes do bordo oriental que, transportam as águas frias da superfície dos pólos para o equador. Estas correntes são, geralmente, mais fracas que as suas homólogas de oeste.

 

About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci. reviewer: Prof. Grant Bigg - Department of Geography, University of Sheffield, Sheffield - U.K.
2. sci. reviewer:
edu. reviewer:
Última versão: 2003-10-01

 

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last updated 18.11.2004 17:31:05 | © ESPERE-ENC 2003 - 2013