|
|
|
|
|
|
|
|
|
Oceanos
Básico |
O problema da proliferação do fitoplâncton nas águas costeiras
Mais de 60% da população mundial vive numa faixa de menos de 100 km da costa e pensa-se que no futuro o crescimento da população mundial nestas zonas costeiras será muito mais importante que noutros lugares. A costa não é unicamente um lugar agradável para viver, é uma zona que serve, também, para as actividades comerciais tais como, a extracção de minerais, a eliminação dos lixos industriais e de águas usadas e para a pesca e o turismo. Nalgumas zonas costeiras, o elevado número da população e uma actividade industrial intensiva provocaram danos nos ecossistemas naturais.
|
|
|
|
|
|
Um dos grandes problemas que atinge as águas costeiras é a introdução de poluentes a base de azoto e fósforo. Estes poluentes provêm, principalmente, de actividades humanas, em particular da agricultura e da indústria automóvel (ver a página 1 desta unidade). O fitoplâncton serve-se de muitos destes poluentes para se alimentar. O excesso de nutrimentos conduz a uma proliferação do fitoplâncton. Este desenvolvimento intensivo do fitoplâncton é chamado florescência (bloom) que pode ter efeitos indesejáveis.
Chama-se eutrofização, o desenvolvimento intensivo do fitoplâncton devido a um abastecimento excessivo de nutrimentos.
Quais são os problemas associados a esta eutrofização?
|
|
|
1. As elevadas concentrações de nutrimentos podem conduzir a importantes florescências do fitoplâncton. Este desenvolvimento intensivo tem lugar em toda a água da superfície e impede a luz de atingir a água abaixo desta superfície. Isto, faz parar o desenvolvimento das plantas que se encontram em profundidade e reduz a diversidade biológica. Fotografia da NOAA. |
2. Quando o fitoplâncton morre, é remineralizado (consumido) pelas bactérias. Este processo utiliza o oxigénio contido na água. Quando as florescências são verdadeiramente intensas, esta decomposição bacteriana pode esgotar o oxigénio presente nas águas profundas e impedir, por consequência, a respiração dos peixes o que os obriga a deixar a zona afectada para não morrer. Os animais que vivem nos fundos submarinos não podem afastar-se facilmente e morrem devido a este florescência intensiva. A União Europeia é a terceira potência haliêutica mundial (quer dizer em termos de pesca). A conservação, em bom estado, das águas costeiras europeias é, então, muito importante do ponto de vista económico.
|
|
|
|
|
3. Um excesso de nutrimentos pode, as vezes, acelerar o crescimento de algumas espécies de fitoplâncton que produzem toxinas. Estas toxinas podem causar a morte de outras espécies vivas, como por exemplo, os peixes dos viveiros. Os moluscos e os crustáceos acumulam as toxinas quando comem o fitoplâncton e estas toxinas podem, então, passar para os humanos quando os consomem. Isto causa, geralmente, apenas pequenos desarranjos gástricos, mas nalguns casos raros, estas toxinas podem provocar paragens respiratórias que, as vezes, são mortais. A imagem ao lado, mostra um aviso público numa praia, proibindo a apanha de moluscos e crustáceos porque encontram-se contaminados por uma toxina que os paralisa. Prima sobra a imagem da NOAA para aumentar (195 kB).
|
4. As grandes florescências do fitoplâncton podem causar uma espécie de espuma nas praias. Estas espumas não são tóxicas, mas aborrecem as pessoas que tinham intenção de se banhar. Os efeitos sobre o turismo são nefastos quando as praias são afectadas por este problema. Fonte da imagem: União Europeia.
|
|
|
A eutrofização pode, então, ser um problema economicamente muito dispendioso e as medidas são, as vezes, tomadas para limitar a contaminação das águas costeiras por nutrimentos. Os organismos internacionais chegaram a um acordo para dividir por dois a chegada de nutrimentos às águas costeiras a volta do Mar do Norte e do Mar Báltico em relação aos valores do ano de 1985. Se este objectivo for atingido, as simulações por computador sugerem que as águas costeiras tornar-se-ão saudáveis até 2010.
Quais são as medidas que foram tomadas na Europa?
Nos rios
As directivas europeias relativas ao tratamento das águas usadas e a utilização de detergentes sem fosfato têm reduzido a entrada (contaminação) de fósforo nos rios e no mar. No entanto, as concentrações do fósforo são, ainda, elevadas nas águas costeiras e apercebe-se que o fósforo que se encontrava armazenado nos sedimentos devido à contaminação dos anos passados é, agora, libertado lentamente na água. A utilização de adubos a base de nitrato diminuiu na Europa desde os anos 80, mas a agricultura é, ainda, uma fonte importante de azoto.
Na atmosfera
Mesmo que, globalmente, as emissões de poluentes no ar têm diminuído, os níveis do dióxido de azoto na atmosfera são, ainda, altos. Os conversores catalíticos aplicados nos novos veículos diminuíram as emissões do dióxido de azoto, mas esta redução das emissões não obteve grandes resultados devido ao aumento drástico do tráfico rodoviário. As emissões de amoníaco também diminuíram graças a uma melhor gestão do esterco animal. Ainda há muito caminho a percorrer para poder atingir os objectivos traçados! Um dos principais problemas da poluição atmosférica reside no facto de que numerosos poluentes são grandes viajantes, podem ser encontrados, as vezes, muito longe do local de emissão. Por esta razão, é necessário criar acções europeias, ver planetárias, para reduzir a contaminação das águas costeiras a partir da atmosfera; é uma tarefa, por vezes, politicamente difícil de dirigir.
Assim, temos ainda um longo caminho a percorrer antes de atingir os objectivos definidos pelas organizações internacionais, tais como a Comissão OSPAR. Neste preciso momento, enquanto está a ler estas linhas, a situação terá, provavelmente, evoluído. Tentam encontrar os sítios (sites) da Internet de OSPAR e da Agência Europeia do Ambiente, para saber se estamos a aproximar-nos dos objectivos traçados na matéria da qualidade das nossas águas costeiras.
About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K. 1. sci. reviewer: Prof. Tim Jickells - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K. 2. sci. reviewer: Dr. Keith Weston - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K. edu. reviewer: last updated: 2003-10-16
|
|
|
|