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Oceanos
básico
1. Oceanos e clima
2. Nutrientes oceânicos
- Fitoplâncton e nutrientes
- Crescimento do fitoplâncton
- Eutrofização
3. Gases produzidos pelo fitoplâncton
mais
     
 

Oceanos

Básico

Fitoplâncton e nutrientes nos oceanos

O fitoplâncton (fito = planta, plâncton = vaguear). São plantas constituídas por uma única célula e que vivem nas águas oceânicas de superfície. A maior parte destas células vegetais encontram-se à deriva nas águas dos oceanos, mas algumas podem deslocar-se um pouco sozinhas. O fitoplâncton utiliza a luz solar, o dióxido de carbono (CO2e a água, para produzir a matéria que consome ou que serve para se auto-construir: é a fotossíntese. Através deste processo, o fitoplâncton fabrica o oxigénio que é necessário para a sobrevivência dos animais no planeta. Estes seres unicelulares absorvem tanto dióxido de carbono quanto as plantas terrestres e, assim, ajudam a regular o nosso clima.

 

 

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1. No processo de fotossíntese, a clorofila, que é o corante verde das plantas, capta a energia solar. Como o fitoplâncton precisa de sol, esta fotossíntese tem lugar, apenas na camada superficial do oceano. Ao largo, esta camada, onde vive o fitoplâncton, apresenta uma profundidade de aproximadamente 100 metros, enquanto que o oceano pode ter uma profundidade de 3000 metros. Na planta, uma parte da energia solar serve para "partir" as moléculas de água e, assim formar o oxigénio e o hidrogénio. O oxigénio não é necessário à planta e, por isso, é libertado pela célula. O hidrogénio resultante desta "quebra molecular" reage com o dióxido de carbono e permite, servindo-se da energia solar, a formação de moléculas simples como por exemplo o glicose. Estas moléculas servem, depois, para construir outros compostos. Autor: Lucinda Spokes.

Para se desenvolver, o fitoplâncton precisa, também, de alimentos chamados nutrimentos. Estes seres vivos precisam de uma grande variedade de elementos químicos, mas o azoto e o fósforo são cruciais: são necessários em grande quantidade, mas as suas concentrações na água do mar são relativamente baixas. O azoto e o fósforo são como os adubos de que as plantas necessitam na Terra. No fitoplâncton, estes elementos químicos servem para fabricar proteínas, ácidos nucleicos e outras células que servem para a sobrevivência e a reprodução deste fitoplâncton. O fitoplâncton necessita destes nutrimentos em proporções bem definidas: quando ele fabrica matéria transformando 106 átomos de carbono, precisa de 16 átomos de azoto e de 1 átomo de fósforo. A maior parte das células de fitoplâncton não conseguem apanhar o azoto que se encontra no ar (N2),elas devem, então, se servir de outras moléculas que o têm como, por exemplo, o nitrato (NO3-) ou o amónio (NH4+). O fitoplâncton serve-se do dióxido de carbono, que existe em quantidades sempre suficientes, do azoto sob as suas formas disponíveis e o fósforo. Assim, o plâncton vegetal desenvolve-se até esgotar todo o azoto e todo o fósforo disponíveis. Na maior parte dos oceanos, é o azoto que se esgota primeiro e diz-se que o desenvolvimento do plâncton é limitado pelo azoto. No Mar Mediterrâneo Oriental, é o fósforo que se encontra em quantidades limitadas, sendo assim, o fitoplâncton pára o seu desenvolvimento quando consome todo o fósforo, mesmo se o azoto se encontra ainda disponível na água.

 

Fontes de nutrimentos

Os nutrimentos provêm naturalmente da erosão das rochas e da conversão do azoto existente no ar (N2) em formas biologicamente utilizáveis. Mas as actividades humanas têm aumentado, enormemente, estes nutrimentos na água do mar.

 

2. Principais fontes de fósforo. Imagens recolhidas por Rachel Cave e freefoto.com.

Fósforo

As principais fontes humanas de fósforo são os detergentes e as águas dos esgotos. A melhoria das técnicas de tratamento das águas usadas e a utilização de detergentes sem fosfato permitiram limitar, hoje, a introdução de fósforo nos rios e nos mares.

Azoto

A presença de compostos azotados nos rios é, principalmente, devida a agricultura intensiva, a utilização excessiva de adubos contendo nitratos (NO3-) e a lavoura da terra. O nitrato e o amónio são, também, presentes na atmosfera. O nitrato é produzido pelos motores dos veículos e da produção de electricidade. O amónio (NH4+) provém do armazenamento e da disseminação de compostos orgânicos.

3. Principais fontes de azoto. Imagens de freefoto.com.

    

Silício

O silício é outro nutrimento importante; provém da erosão de rochas. Algumas espécies de fitoplâncton, os diatómicos, utilizam-no para fabricar as sua conchas e, sendo assim, estes seres vivos param o desenvolvimento com a falta deste elemento químico.

Se as quantidades de azoto ou de fósforo se esgotarem, o plâncton pára o seu desenvolvimento. No entanto, a falta de silício não o impede de crescer mas, neste caso, o crescimento do plâncton sofre algumas alterações.

Vestígios de metais

O fitoplâncton necessita, igualmente, de poucas quantidades de metais, tais como o ferro, o cobre, o zinco e o cobalto. Em grandes regiões dos oceanos, o ferro não se encontra em quantidades suficientes para que o fitoplâncton se desenvolva. Isto tem consequências importantes no clima e nos falaremos deste assunto na parte mais.

 

 

 

Remineralização

O fitoplâncton desenvolve-se muito rapidamente e vive apenas um dia, aproximadamente. Quando morre, é consumido por bactérias ou pelo zooplâncton (plâncton animal minúsculo), que convertem a matéria orgânica, de novo, em dióxido de carbono, libertam na água os nutrimentos do fitoplâncton e utilizam oxigénio. Este processo é chamado remineralização e tem lugar, principalmente, nas águas superficiais. O dióxido de carbono volta a atmosfera ou é reutilizado, com os nutrimentos libertados pelo fitoplâncton morto, na fotossíntese. Se tudo acontecer como foi relatado atrás, não haverá nenhuma alteração dos níveis de dióxido de carbono atmosférico: este CO2 é consumido pelo fitoplâncton, libertado quando este último é comido pelo zooplâncton, e vai voltar a servir a outras células de fitoplâncton, que vão morrer, etc... É um ciclo continuo.

 

No entanto, se o fitoplâncton, que vive à superfície, morre e afunda-se no oceano, em vez de ser consumido de imediato, a sua remineralização pode ter lugar no oceano profundo; neste caso os nutrinentes e o dióxido de carbono são armazenados no fundo do oceano e o CO2 não pode voltar a atmosfera. Isto faz baixar os níveis de dióxido de carbono nas águas superficiais e permite a passagem de CO2 do ar para a água. Através deste sistema natural, as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, que é um gás potente de efeito de estufa, são reduzidas.

4. Very simplified cartoon showing the process of remineralisation.  Author: Lucinda Spokes.

O dióxido de carbono volta à atmosfera só quando a circulação oceânica faz com que a água profunda suba à superfície e isto pode levar cerca de 1000 anos. É o processo chamado bomba biológica que foi explicada detalhadamente na unidade Básico, "Como os oceanos absorvem o dióxido de carbono".

Aproximadamente 15% do carbono utilizado na fotossíntese do fitoplâncton é armazenado no oceano profundo. Uma muito pequena parte cai, finalmente, sobre o fundo para formar os chamados sedimentos. Uma outra pequena parte forma, depois, petróleo e carvão. Quando se queimam os combustíveis fósseis, liberta-se este carbono armazenado, aproximadamente um milhão de vezes mais rápido que através dos ciclos biológicos normais. As florestas e o fitoplâncton não conseguem absorver o dióxido de carbono ao mesmo ritmo que a sua libertação através das actividades humanas e, deste modo, os níveis deste gás atmosférico têm aumentado, nitidamente, nas últimas décadas.

 

About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci reviewer: Prof. Tim Jickells - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
2. sci reviewer: Dr. Keith Weston - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
edu. reviewer:
last updated: 2003-10-16

 

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