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Condições meteorológicas
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Principais sistemas de vento, os ventos alíseos e as monções
Principais sistemas de vento
Os factores que mais afectam os componentes do sistema climático são a radiação solar, a distribuição dos continentes e oceanos, o movimento de rotação da Terra e a orografia da Terra. A maior parte da energia solar chega à cintura equatorial. Esta região é caracterizada por ventos muito fracos, as calmarias, que se localizam ligeiramente a norte do Equador, entre as duas cinturas dos ventos alísios (ver mais à frente).
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1. A Terra em rotação - Circulação Global
Fonte: website of University of Michigan-Ann Arbor, Department of Geological Sciences Por favor, prima na imagem para melhor resolução! (38K)
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A grande quantidade de radiação solar que chega à superfície da Terra nesta região provoca o aumento da temperatura da água superficial do oceano e do solo continental. Este aquecimento resulta na ascensão do ar quente e húmido, em baixa pressão do ar, nebulosidade, humidade elevada, vento fraco e várias formas de mau tempo como tempestades e rajadas. Os furacões têm origem nesta região. As calmarias são reconhecidas por períodos de ausência de vento que retêm os veleiros durante dias ou semanas.
O ar que ascende na região equatorial descende nas denominadas “latitudes do cavalo”. São duas cinturas latitudinais onde o vento é ligeiro e o tempo é quente e seco. Localizam-se essencialmente sobre os oceanos, a cerca de 30º de latitude em cada Hemisfério e apresentam um deslocamento norte-sul de 5º seguindo a migração sazonal do Sol.
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O ar descendente ao atingir a superfície, separa-se num ramo na direcção do Equador como parte dos ventos alísios predominantes e noutro na direcção do Pólo sendo parte dos ventos de oeste. A cintura do Hemisfério Norte é frequentemente denominada de “calmarias de câncer” enquanto que a do Hemisfério Sul se denomina de “calmarias de Capricórnio”. O termo de “latitudes de cavalo” tem suposta origem desde os dias em que os navios espanhóis transportavam cavalos para as Índias Orientais. Frequentemente os navios ficavam retidos, no meio do oceano, nestas latitudes, prolongando consideravelmente a viagem e provocando a diminuição das reservas de água potável, obrigando as tripulações a lançar os cavalos borda fora.
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Ventos alíseos
O ar na região das calmarias, ascende notavelmente, move-se na direcção do Pólo em altitude, descende até à superfície da Terra na região das latitudes de cavalo e converge, junto à superfície, para a região das calmarias. O ar superficial que se desloca desde as latitudes de cavalo até às calmarias é desviado, pela força de Coriolis, fazendo com que o vento sopre, de facto, de NE no Hemisfério Norte e de SE no Hemisfério Sul, denomina-se de ventos alísios. Significa que, em ambos os Hemisférios, o vento tenda a soprar de Este para Oeste e na direcção equatorial. Frequentemente os ventos alísios denominam-se apenas de ventos de Leste para evitar ter de especificar o Hemisfério. Estes vento estacionários denominam-se, em inglês de “trade winds” pois permitiam aos navios de transporte de produtos comerciais (comércio-“trade”) uma rota oceânica para o Novo Mundo (Continente Americano).
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2. Circulação Global
Fonte: San Francisco State University (SFSU) website Por favor, prima no gráfico para melhor resolução (51K)
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3. Efeitos da monção no sub-continente Indiano
© 1996 EarthBase/Liaison Agency. Todos os direitos reservados. Foto de Chip Hires
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As monções
A circulação de monção é essencialmente determinada pela diferente capacidade térmica da água (dos oceanos) e do solo (continente), comparável com a circulação de brisa marítima/brisa terrestre, excepto por se verificar sobre uma região muito mais vasta. No Verão, os ventos sopram habitualmente do oceano para o continente provocando chuvas torrenciais em terra, pois transportam elevada humidade. No Inverno, os ventos sopram em sentido contrário, de terra para o mar resultando condições de seca.
O palavra “monção” deriva do termo árabe “mausim” que significa estação. Os negociantes antigos navegando no Oceano Indico e no Mar Arábico adjacente utilizavam este termo para descrever o sistema de ventos alternantes que sopravam persistentemente de NE durante o Inverno do Hemisfério Norte e no sentido oposto, de SE, durante o Verão do Hemisfério Norte. Então, o termo monção, actualmente refere-se apenas à mudança sazonal do sentido do vento e não à ocorrência de precipitação.
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Ainda que o termo monção tenha sido originalmente definido para o sub-continente Indiano, a circulação de monção verifica-se noutros locais do mundo como na Europa, Africa, Austrália, na costa oriental do Chile e nos EUA. Aproximadamente 65% da população mundial vive em regiões de monção. A circulação de monção mais famosa é a que ocorre sobre a Índia e sudeste da Ásia. Durante o Verão o ar que se encontra sobre o continente fica a temperatura mais elevada que o ar sobre o oceano. Assim, o ar continental sobe enquanto que o ar sobre o oceano, muito mais húmido, converge para o continente provocando precipitação sobre terra. Verifica-se uma ascensão adicional do ar húmido para transpor as cadeias montanhosas causando precipitação abundante, mais de 640 mm em alguns locais! Durante o Inverno a circulação inverte-se fazendo com que os ventos superficiais dominantes sejam de terra para o oceano.
A monção indiana de Verão dura, tipicamente, de Junho até Setembro. Durante este período, vastas áreas da Índia Oriental e Central recebem mais de 90% da precipitação anual enquanto que o Sul e Noroeste da Índia recebem 50%-75% da sua precipitação anual. A precipitação média mensal varia entre 200 e 300 mm, com os valores mais elevados a serem registados no centro da estação da monção em Julho e Agosto.
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4. Circulação de Monção
Fonte: Homepage do Cooperative Institute for Mesoscale Meteorological Studies Por favor, prima na figura para aumentar! (57K)
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A precipitação sobre o sudeste da Ásia é também de monção com os maiores valores mensais a serem registados durante o período Maio-Setembro. Os maiores valores das médias sobre uma dada região atingem os 200 mm em cada um destes meses, com totais sazonais de 1000 mm frequentemente observados.
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Sobre esta página:
Autor: Sándor Szalai - Hungarian Meteorological Service Revisão científica: Dr. Ildikó Dobi Wantuch / Dr. Elena Kalmár - Hungarian Meteorological Service, Budapest Última actualização: 2003-11-13 Traduzido por Mário Pereira - Dep. de Física, UTAD, Portugal
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Leitura adicional:
www.infoplease.com/ce6/weather
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