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Elevação do nível do mar

Desde o nascimento da Terra que ocorrem variações do nível do mar. Durante o último período glaciar, o nível do mar era muito inferior que o observado agora, devido ao congelamento e armazenamento da água nos continentes. Hoje em dia, o nível do mar aumenta e o principal culpado chama-se aquecimento planetário.

 

 

 

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O nível do mar pode variar devido a variação da quantidade de água nos oceanos, ou porque os continentes se movimentam. A Terra leva muito tempo para se ajustar à variação do peso da água e do gelo que se encontra em cima dela. É, por este motivo que os movimentos dos continentes, hoje, são geralmente o resultado de processos que aconteceram há milhares de anos. As variações da quantidade de água nos oceanos podem acontecer mais rapidamente.

O que influencia o nível do mar e quanto ele aumenta?

Os dados geológicos mostram que, ao longo dos últimos 6000 anos, o nível do mar subiu, em média, 0,5 a 1,0 milímetros cada ano. Esta subida do nível da água apresentou uma variação de um local para outro mas, e de uma maneira geral, a dilatação da água e ganhos resultantes da fusão dos glaciares continentais são os grandes responsáveis por esta subida média do nível do mar. Ao longo dos últimos 3000 anos, o nível do mar aumentou de uma maneira mais lenta, em média de 0,1 a 0,2 milímetros por anos, ao contrário do observado durante o século 20, onde as taxas de elevação do nível do mar aumentaram 10 vezes mais rápido, ou seja, entre 1,0 e 2,0 milímetros cada ano. Para uma subida do nível do mar de 1 centímetro, 1 metro de terra firme costeira, aproximadamente, que se afunda na água do mar.

A maioria das pessoas pensam que a subida do nível do mar é devida à fusão dos glaciares continentais. Na realidade, o factor mais importante corresponde à diminuição da densidade da água quando ela aquece, o processo é chamado dilatação térmica (aumento de volume). Os oceanos encontram-se numa depressão (bacia) e, então, a única maneira de fazer face ao aumento de volume é de subir o seu nível.

 

1. Um aumento da temperatura faz diminuir a densidade da água. Isto faz, então, aumentar o seu volume. Os oceanos são como bacias e a subida do nível do mar é o único meio que os oceanos têm para aumentar o seu volume. O resultado final são inundações. Autor: Lucinda Spokes.

O ganho de água vinda da fusão do gelo glaciar continental representa a segunda causa mais importante da subida do nível do mar (o gelo dos "icebergs" que flutuam sobre o mar não têm nenhum efeito sobre o nível do mar, é um exemplo do princípio de Arquimedes). Se todo o gelo que se encontra sobre o continente Antárctico e Gronelândia fundisse, o nível do mar subiria 70 metros. Isto significa que uma fraca variação das quantidades de gelo que se encontram na terra firme pode ter graves consequências sobre o nível do mar. Mesmo pequenas calotas glaciares e os glaciares de dimensões reduzidas que se encontram sobre a Terra contêm água suficiente para fazer subir o nível do mar de 0,5 metros.

O princípio de Arquimedes anuncia: "Um objecto totalmente ou parcialmente imerso na água é empurrado para cima através de uma força igual ao peso do volume da água deslocada".

 

Os cientistas pensam que o gelo que cobre a Antárctida, e que se encontra em quantidades enormes, não tem contribuído realmente para a subida do nível do mar ao longo do século passado. Apesar do aquecimento do clima, o aumento da temperatura no verão não é suficiente para fundir grandes quantidades de gelo. Parece, mesmo, que o aquecimento climático faz cair mais neve, favorece a formação de gelo e baixa o nível do mar nesta região. Numerosos estudos foram realizados na calote de gelo sobre o Antárctico Ocidental, porque esta região sozinha contem água suficiente para fazer aumentar o nível do mar de 6 metros. Recentemente, uma grande parte da plataforma glaciar de Larsen na Antárctida (equivalente a metade da ilha da Córsega) foi separada do resto desta plataforma. O problema é que isto pode tornar as calotas glaciares antárctica menos estáveis, que podem deslizar no mar e, por consequência, aumentar enormemente o nível dos oceanos.

As temperaturas de verão na Gronelândia, e ao contrário da Antárctida, são suficientemente elevadas para fundir algumas calotas glaciares nesta zona, o que torna esta região mais susceptível para contribuir na subida do nível do mar que a Antárctida.

 

 

2. Imagem do satélite da NASA a cores naturais da plataforma glaciar Larsen B no topo da Península Antárctica. A core azul mostra a presença de água fundida sobre a superfície do gelo. Em fevereiro de 2002, uma superfície de 3250 km2 soltou-se desta plataforma. A quantidade de gelo libertada foi, então, de 720 milhares de milhões de toneladas.
 

A alteração das quantidades de água líquida armazenada nos continentes, nos reservatórios e nas águas subterrâneas, é susceptível de modificar o nível do mar, mas não se sabe, ainda, em que proporção.

Os modelos informáticos prevêem que o nível do mar continuará a subir ao longo deste século. As incertezas são enormes, porque os cientistas não dispõem de dados suficientes, de longo termo e repartidos em todo o planeta, para testar convenientemente estes modelos. No entanto, as melhores previsões estimam uma subida do nível do mar de 11 a 77 centímetros no final do século 21. Mesmo se estas previsões sejam válidas, todos os estudos mostram que a subida do nível do mar não será idêntica por toda a parte no mundo.

 

Quais são as consequências de uma subida do nível do mar?

Quando o nível do mar subir 1 centímetro, 1 metro de terras costeiras desapareceram no oceano. As consequências deste desastre são enormes:

  • A maior parte da população mundial vive junto à costa. No Bangladesh, por exemplo, 17 milhões de pessoas, aproximadamente, vivem numa zona costeira com menos de um metro acima do nível do mar.
  • Inundações importantes representam uma ameaça para os humanos. Um grande número da população mundial corre o risco de morrer e os movimentos destas população fugindo das zonas costeiras inundadas, em particular nos países em vias de desenvolvimento, aumentarão o risco de propagação de doenças. A quantidade e a qualidade da água doce será alterada e a saúde publica será prejudicada.
  • Muitas espécies vivas correm o risco de desaparecer porque não podem adaptar-se muito rapidamente à alteração da salinidade ou à diminuição da superfície coberta de gelo.
  • As regiões costeiras são essenciais na pesca, no comercio, na agricultura e no turismo. As muralhas de protecção contra as inundações instaladas junto à costa protegem estas actividades, economicamente importantes, das oscilações naturais do nível do mar. No entanto, estas protecções podem igualmente conduzir a subida do nível do mar nas zonas costeiras quando impedem o oceano de se expandir ou transbordar nas planícies naturais. Pode-se ter, então, lugar a inundações catastróficas se estas protecções forem destruídas.

 

About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci. reviewer: Dr. Julian Andrews - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
2. sci. reviewer: Prof. Chris Vincent - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
edu. reviewer:
last update: 2004-06-22 by EU

 

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