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Consequências do aquecimento climático sobre a circulação oceânica

O aquecimento planetário corre o risco de ter um determinado número de consequências sobre os oceanos. Nos sabemos que o dióxido de carbono dissolve-se mais facilmente na água fria de que na água quente; assim, temperaturas mais elevadas reduzirão a capacidade dos oceanos de absorver o dióxido de carbono, o que poderá acentuar o efeito de estufa. A quantidade de água doce que alimenta os oceanos nas latitudes elevadas é, também, susceptível de aumentar. De facto, os modelos informáticos prevêem um aumento de pluviosidade nas latitudes médias e altas assim como a fusão do gelo. As temperaturas mais fortes representam, igualmente, a causa da dilatação da água e este fenómeno adicionado à fusão dos glaciares terá, por consequência, uma subida provável do nível do mar que poderá conduzir a inundações.

 

 

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1. Há aproximadamente 13000 anos, o último período glaciar terminou e a Terra aqueceu. Devido a este aquecimento, os glaciares derreteram-se e, por consequência, houve um aumento de água doce a entrar no Atlântico Norte. A circulação oceânica parou e a região do Atlântico Norte arrefeceu. A água doce só parou de alimentar o oceano quando todos os glaciares derreteram e a circulação oceânica, então, retomou a sua actividade. Isto provocou um aquecimento rápido (à escala de tempo geológico) visto que a água quente vinda dos trópicos recomeçou a viajar para o Atlântico Norte. Obrigado pelas figuras a R. Alley e ao projecto CLIVAR. Prima sobre a imagem para aumentar (12 KB).

 

A circulação oceânica é muito sensível à quantidade de água doce que participa nela. A presença de água doce desempenha um papel importante sobre a densidade da água do mar e, assim, sobre a sua capacidade de afundar quando arrefece. Se a água é demasiadamente doce, ela deixa de ser suficientemente densa para afundar-se, mesmo arrefecendo. Se a água não de se afundar nas altas latitudes, a Corrente do Golfo será induzida, apenas, pelo vento e a circulação dos oceanos ficará limitada.

Sabemos, graças às provas geológicas, que a circulação termohalina já tinha parado no passado. O aquecimento, no fim do último período glaciar, há sensivelmente 15000 anos, fundiu os glaciares que se encontravam na América do Norte e fez aumentar a entrada de água doce no Atlântico Norte. Isto fez diminuir a densidade da água do mar impedindo-a de se afundar e, por consequência, houve uma atenuação na formação de águas profundas. Sabe-se que este processo causou a paragem da circulação termohalina, forçando a Corrente do Golfo a caminhar para o sul e limitando o transporte de calor para a Europa do Norte. De repente, o aquecimento observado no final do último período glaciar foi interrompido. As amostras dos glaciares e as análises dos sedimentos submarinos do fundo provam que as temperaturas no noroeste da Europa desceram 5ºC, em apenas algumas décadas tornando a região norte atlântica fria, como durante a época glaciar! Esta era da história da Terra é chamada "arrefecimento do Younger Dryas". Sabemos, igualmente, que hoje a circulação oceânica varia devido ao aquecimento planetário. As observações mostram que o Atlântico Norte tornou-se nitidamente menos salgado nestes últimos 40 anos.

 

 

Quando se tenta prever o impacto do aquecimento planetário, tem que se utilizar modelos informáticos complexos que se baseiam sobre condições hipotéticas, no futuro, que não podem ser testadas correctamente. Em consequência, modelos diferentes prevêem resultados diferentes. Alguns modelos concluem que o aquecimento planetário levará a um enfraquecimento da circulação termohalina durante o presente século, mas a circulação oceânica não parará completamente. Outros modelos prevêem uma paragem completa da circulação oceânica devido ao aumento drástico de água doce, introduzida nos oceanos, proveniente dos continentes e dos glaciares. Conclui-se, então, que é difícil de prever o clima terrestre, no futuro, se a circulação dos oceanos alterar-se.

 

2. Nove modelos informáticos prevêem, todos, alterações muitos diferentes da circulação oceânica devido ao aquecimento planetário. Alguns modelos concluíram que haverá pouca ou nenhuma alteração na quantidade de água profunda formada, no Atlântico Norte e, assim, pouca ou nenhuma alteração se produzirá na circulação termohalina. Outros modelos prevêem, ao contrário, que o aquecimento planetário levará a uma redução drástica na formação das águas profundas. A unidade utilizada, aqui, é o Sverdrup (Sv), que representa a unidade de medida do caudal, ou seja, a quantidade de água (volume) que se desloca durante um determinado intervalo de tempo. 1 Sv é igual a 1 milhão de metros cúbicos de água que se deslocam durante 1 segundo. O pior cenário, prevê que o aquecimento planetário fará diminuir o escoamento das águas superficiais para o fundo do Atlântico Norte em cerca de 15 Sv no ano de 2100, reduzindo consideravelmente a circulação termohalina. Figura do projecto CLIVAR. Prima sobre a figura para aumentar (25 KB).

Alguns modelos prevêem um arrefecimento de aproximadamente 2ºC na Europa devido a diminuição da quantidade de calor vinda das Caraíbas, para o continente europeu, em consequência do enfraquecimento da Corrente do Golfo.

 

3. Esta figura ilustra a alteração das temperaturas do ar estimada no caso de uma completa paragem da circulação termohalina. A maior parte dos modelos informáticos prevêem que as temperaturas, na Europa, tornar-se-ão mais baixas devido ao abrandamento da Corrente do Golfo, que terá como consequência, a diminuição da quantidade de calor dos trópicos que alcançam a Europa do Norte. Obrigado a Michael Vellinga, Richard Wood e ao projecto CLIVAR. Prima sobre a figura para aumentar (11 KB).

A estes dados, deve-se adicionar o impacto do aquecimento climático devido aos gases de efeito de estufa, para obter uma previsão do clima futuro. Ao nível mundial, prevê-se um aumento das temperaturas. Na Europa, a maioria dos modelos concluíram que haverá pouca alteração das temperaturas, ou acontecerá um ligeiro aquecimento se a circulação termohalina parar. Pensa-se que este fraco aquecimento será acompanhado por um clima mais húmido e tempestuoso. Actualmente, é muito difícil de prever onde e quando estas tempestades se produzirão. Por este motivo, tornam-se necessários mais observações e modelos informáticos precisos para se poder saber, com maior exactidão, o que o futuro reserva ao nosso clima.

 

About this page:
autor: Lucinda Spokes - Environmental Sciences, University of East Anglia, Norwich - U.K.
1. sci. reviewer: Prof. Grant Bigg - Department of Geography, University of Sheffield, Sheffield - U.K.
2. sci. reviewer:
edu. reviewer:
last updated: 2003-10-01

 

 

 

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