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A alta atmosfera
básico
1. Compreender a estratosfera
- camadas
- composição
- observação
2. O buraco do ozono
mais
     
 

A alta atmosfera

Básico

As medições na Estratosfera

Quando falamos de concentrações de compostos químicos na estratosfera, surge naturalmente a questão de como se conhecem tais compostos. Como se observa e conhece a estratosfera, se ela começa entre os 8 km e os 15 km de altitude, e as regiões de interesse se encontram em altitudes onde os aviões mais comuns não voam ?

 

 

básico
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Existem duas possibilidades para medir os compostos na estratosfera:

  1. Os instrumentos podem ser levados até à estratosfera em aeronaves especiais ou em balões (balões-sonda).
  2. A interacção da luz com as moléculas do ar pode ser utilizada para estudar a estratosfera a partir da superfície da Terra ou a partir do espaço (utilizando satélites).

 

Aviões

Foi possível realizar medições únicas através da utilização de aviões especiais, como o antigo avião espião Russo de alta altitude, denominado hoje "Geophysica". Este avião foi convertido num laboratório e pode atingir altitudes de cerca de 20 km. Mas os seus voos são muito dispendiosos e como emitem compostos químicos que poluem a estratosfera, não são utilizados muito frequentemente.

 

Geophysica - high altitude research plane

1. Geophysica – aeronave para investigação em alta altitude
fonte: MDB Design Bureau

 

Balões-sonda

Uma alternativa mais comummente utilizada é a medição efectuada em balão. Os balões meteorológicos atingem altitudes entre 30 km a 35 km antes de rebentarem e transportam, entre outros instrumentos, pequenos sensores de ozono. No sensor ocorre uma reacção química que nos permite saber a quantidade de ozono que existe no ar. Esta informação é enviada por rádio para a Terra. Apesar de o ozono ser, hoje em dia, medido por satélites, as medições obtidas através de balões são mais adequadas para a elaboração dos perfis verticais.

 

Ozone balloon start

2. a) Lançamento de um balão de ozono no Observatório de Hohenpeissenberg
cortesia de Ulf Köhler
Prima para aumentar! (85 K)

 

Ozone probe

2. b) Sensor de ozono para medições em balão
cortesia de Ulf Köhler, DWD Hohenpeissenberg
Prima para ver pormenores! (80 K)

 

Interacção com a luz

Os fenómenos de interacção da luz com as moléculas são de compreensão difícil e requerem algum conhecimento de física quântica. Contudo, de uma forma muito simplificada, podemos dizer que algo acontece quando a luz e a matéria interagem. A luz pode ser absorvida, reflectida, refractada ou absorvida e posteriormente reflectida sob uma outra forma (ou seja, com outro comprimento de onda).

 

Vemos que a luz solar directa pode ser obstruída pelas nuvens; quando mergulhamos no mar alto tudo fica cada vez mais escuro, pois cada vez mais luz se perde na água; também uma tempestade de areia no deserto torna o sol pálido. Mas não são apenas as nuvens, a água e as partículas de grandes dimensões que absorvem ou reflectem a luz; as moléculas mais pequenas também o fazem. Elas podem dispersar a luz de volta à Terra ou absorvê-la, alterando o seu estado e emitindo radiação menos energética, de outro comprimento de onda. Estes fenómenos (fluorescência ou fosforescência) são conhecidos dos brinquedos que retêm luz e emitem luz de cor diferente no escuro. As características da radiação recebida dá-nos informação acerca dos compostos existentes; a sua intensidade depende da sua concentração.

phosphorescence

3. A fosforescência ocorre quando a luz é absorvida e reemitida com outro comprimento de onda.
fonte: composição elaborada com fotografias da internet

As interacções da luz com as moléculas na estratosfera podem ser observadas a partir da superfície ou podem ser medidas a partir do espaço com os satélites.

LIDAR

O LIDAR (do inglês “LIght Detection And Ranging”) é um instrumento que pode ser utilizado a partir da superfície da Terra. Envia-se para o céu um impulso curto de laser muito energético. A luz é então refractada ou reemitida pelas moléculas e retorna ao LIDAR, que a mede.
 

LIDAR

4. medições com LIDAR
fonte da imagem: University of Western Ontario

5. Como funciona um LIDAR ? autor: Anja Kaiser © ESPERE

Com esta técnica obtemos informações sobre os compostos encontrados (pelo comprimento de onda da luz devolvida) e sobre a sua concentração (pela intensidade da luz devolvida).

Mas como sabemos de que altitude regressa a luz ? De 10 km ? 30 km ? A luz tem uma velocidade conhecida. Medimos o tempo que a luz leva a regressar ao LIDAR, após um impulso laser. Quanto mais tempo a luz demorar a regressar, mais elevada é a altitude a que se encontram as moléculas que enviaram a luz. 
 
A animação à esquerda mostra um impulso laser de um LIDAR cuja luz é refractada pelas moléculas de ar em altitudes diferentes. A luz chega ao detector do LIDAR em instantes distintos.
 

SODAR - wind speed measurements

6. SODAR – medições de celeridade do vento
fonte da imagem: Meteotest

 

RADAR e SODAR

Existem outras técnicas de detecção de radiação, utilizando nomeadamente a radiação infravermelha. A mais conhecida é o RADAR (do inglês “RAdio Detection And Ranging”) que utiliza ondas de rádio para medir as partículas no ar e as propriedades das nuvens. O RADAR permite também seguir tempestades ao longo de várias centenas de quilómetros. Se se utilizar o som em vez da “luz” (SODAR = “SOund Detection And Ranging”) obtém-se uma ferramenta poderosa para medir a celeridade e a direcção do vento.

Satélites

Os satélites permitem observar o nosso planeta a partir do espaço. Alguns mantêm-se sempre sobre a mesma região da Terra (são os satélites geostacionários), enquanto outros orbitam a altitudes entre 500 km e 1000 km e demoram entre 1,5 a 2 horas a completar uma volta à Terra. Alguns satélites têm espectrómetros instalados, i.e. instrumentos que medem a radiação que atravessou a atmosfera e interagiu com as suas moléculas.

A investigação da atmosfera é possível, hoje em dia, utilizando diversos tipos de medições.

 

Os satélites podem medir:

1. a luz solar que é refractada pelas nuvens ou pelas moléculas do ar;

2. a radiação de longo comprimento de onda emitida pela Terra, através de um espectrómetro de infravermelho;

3. consoante as posições relativas do Sol, da Terra e do satélite, os raios solares passam a Terra tangencialmente, atravessam a atmosfera e vão directamente ao detector do satélite.

Dependendo do ângulo com que a luz passa através das diferentes zonas da atmosfera, e da altitude, podemos obter informação adicional.

 

Satellite measurement

7. Diferentes técnicas de medição com satélites
esquema de Elmar Uherek
Prima para aumentar! (60 K)

 

Páginas relacionadas:

Para aprender mais sobre como a luz e a matéria interagem, veja:
A Baixa Atmosfera - Mais - Unidade 1 - Observaçao por espectroscopia

 

Acerca desta página:
Autor: Dr. Elmar Uherek - MPI Mainz
Revisão científica: Dr. John Crowley, MPI for Chemistry, Mainz - 2004-05-04
Revisão educacional: Michael Seesing - Uni Duisburg - 2003-07-02
Versão portuguesa: Margarida L. R. Liberato - Dep. de Física, UTAD, Portugal
Última actualização: 2008-10-09

 

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