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Como estamos a alterar o clima?
Saber mais |
2. Como serão as condições num planeta aquecido?
Mudanças em diferentes partes do globo
Quais são os impactos das alterações climáticas nos próximos cem anos? Como será a sua distribuição geográfica? Leia aqui o que o IPCC tem a dizer sobre estes assuntos. |
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1. Prima sobre o mapa para saber mais acerca das possíveis consequências das alterações climáticas em diferentes partes do globo. Figura: CICERO |
África
Uma economia débil dificulta a adaptação às alterações climáticas. A vulnerabilidade é elevada, principalmente porque a sociedade está profundamente dependente de uma agricultura subdesenvolvida, sem mecanização, irrigação e poder económico para fazer face às calamidades e catástrofes naturais.
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2. AINDA MAIS SECA: O aquecimento global pode levar à progressão dos desertos sobre vastas áreas de África. Fotografia: Biblioteca Fotográfica da NOAA
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- Maior frequência de secas, cheias e outros eventos extremos terão efeitos negativos no acesso à comida e à água, na saúde das populações e nas infra-estruturas, abrandando o ritmo de desenvolvimento deste continente.
- A subida do nível médio das águas do mar resultará em cheias mais frequentes nas regiões litorais e em maior erosão costeira. Vários países africanos são particularmente vulneráveis a estes efeitos do aquecimento global.
- As colheitas deverão diminuir, o que pode levar à falta de comida, especialmente em países sem capacidade de importação de bens alimentares. Os caudais dos rios nos países do Norte de África e da África Austral deverão diminuir, dificultado a irrigação e reduzindo as reservas de água para consumo.
- Os insectos portadores de doenças expandir-se-ão dos seus habitats, provocando o alastramento destas doenças (e.g., a malária) e levando à diminuição da esperança de vida.
- A desertificação (terra cultivável transformada em deserto ou em terra estéril) ocorrerá mais rapidamente devido à diminuição da precipitação, especialmente no Norte, Oeste e Sul de África.
- Muitas plantas e animais extinguir-se-ão, o que terá efeitos negativos na agricultura e no turismo.
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Ásia
Existe uma grande discrepância entre os países asiáticos no que diz respeito à vulnerabilidade face às alterações climáticas: os países pobres terão dificuldades em se adaptar, ao contrário do que acontece com os países mais ricos.
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3. CICLONE TROPICAL: Ciclone Dina a nordeste das Maurícias e das Ilhas Reunião no Oceano Índico. Este imagem foi captada no dia 20 de Janeiro de 2002. Fotografia: NASA
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- Episódios extremos, tais como cheias, secas, fogos florestais e ciclones tropicais, podem-se tornar mais frequentes nas regiões mais quentes da Ásia.
- A subida do nível médio do mar e a maior frequência de ciclones tropicais podem tornar inabitáveis vastas regiões costeiras, densamente povoadas (com dezenas de milhões de pessoas), na Ásia tropical e temperada. A subida do mar irá também colocar em risco os ecossistemas costeiros, especialmente os mangais e os recifes de coral.
- A produção agrícola e as pescas nas regiões tropicais serão reduzidas, enquanto que a agricultura nas regiões setentrionais poderá tornar-se mais rentável.
- Haverá menos acesso à água em vários locais do sul, podendo ocorrer o inverso a norte.
- Haverá uma maior disseminação de doenças, já que os insectos portadores de algumas doenças graves terão mais facilidade em se deslocar para norte com a subida das temperaturas.
- As necessidades energéticas poderão aumentar.
- Algumas regiões enfrentarão avultados prejuízos no turismo.
- A extinção de animais e plantas será acelerada.
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Austrália e Nova Zelândia
Em geral, a Austrália e a Nova Zelândia têm uma capacidade adaptativa relativamente elevada. A maior excepção é a população aborígene.
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4. FLORESTA A ARDER: Os fogos florestais podem tornar-se mais frequentes em áreas onde as condições atmosféricas se tornarão mais quentes e secas. Fotografia: Galeria Corel
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- Secas mais frequentes dificultarão o acesso à água e aumentarão a probabilidade de fogos florestais.
- Algumas espécies adaptadas a condições climáticas muito específicas terão dificuldade em se ajustar aos novos habitats e a sua elevada vulnerabilidade poderá conduzi-las à extinção. As várias formas de vida nos recifes de coral estão entre estas espécies.
- Embora os impactos iniciais das alterações climáticas poderão ter efeitos positivos sobre a agricultura de certas regiões, se o aquecimento se prolongar, os efeitos negativos irão suplantar largamente os efeitos positivos.
- A maior frequência e intensidade dos ciclones tropicais resultarão num aumento do risco para a vida humana, propriedade e ecossistemas naturais devido às cheias, ventos e elevações no nível do mar causadas por estas tempestades.
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Europa
A Europa tem geralmente uma capacidade de adaptação elevada. O Sul de Europa e áreas próximas do Árctico são algo mais vulneráveis que outras partes do continente.
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- Haverá mais precipitação a norte e menos a sul. As regiões meridionais ficarão assim mais vulneráveis à seca.
- As zonas biológicas - por exemplo, os limites geográficos dos vários tipos de vegetação - terão um deslocamento para norte e para maiores altitudes. Algumas espécies perderão os seus nichos ecológicos e poderão enfrentar a extinção.
- As cheias nas margens dos rios serão mais frequentes em grande parte da Europa.
- As regiões costeiras serão mais vulneráveis às cheias e erosões, causando inúmeros prejuízos às populações que aí vivem.
- Os glaciares alpinos serão significativamente reduzidos.
- O permafrost (solos permanentemente congelados) desaparecerá de muitas regiões.
- No que diz respeito à agricultura, haverá efeitos positivos no Norte da Europa e efeitos negativos no Sul e Leste da Europa.
- As áreas turísticas tradicionais serão afectadas pelo aumento das temperaturas - quer os destinos de Verão (mais ondas de calor), quer os destinos de Inverno (falta de neve).
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América Latina
A América Latina é vulnerável às alterações climáticas porque tem uma baixa capacidade de adaptação, especialmente aos acontecimentos extremos.
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- Os glaciares irão recuar, ou mesmo desaparecer, o que trará consequências negativas para as regiões que estão dependentes destes reservatórios de água potável.
- As cheias e secas serão mais frequentes. As cheias irão prejudicar a qualidade da água em certas áreas.
- A intensidade das tempestades tropicais deverá aumentar, o que implica um aumento do risco para a vida humana, para a propriedade e para os ecossistemas.
- A agricultura será menos rentável, o que ameaçará a sustentação económica de algumas regiões.
- A disseminação de doenças transmitidas por insectos será maior e mais pessoas estarão expostas a doenças como a malária, febre de Dengue e cólera.
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América do Norte
A América do Norte tem uma elevada capacidade adaptativa e, por isso, é menos vulnerável, com excepção de algumas populações nativas. |
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5. MANGAIS: Os ecossistemas dos mangais são vulneráveis à subida do nível médio do mar. Fotografia: Biblioteca Fotográfica da NOAA (prima para aumentar, 114 kB)
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- A perda de biodiversidade será mais acentuada.
- A subida do nível médio do mar aumentará a erosão costeira e a perda de áreas húmidas e as subidas tempestuosas do nível do mar serão mais frequentes, especialmente na Florida e ao longo da costa Atlântica dos Estados Unidos.
- Os prejuízos com causas naturais aumentarão, o que resultará num aumento dos prémios de seguros.
- As áreas residenciais, negócios, indústria, infra-estruturas e ecossistemas das regiões costeiras (especialmente os associados aos mangais) serão afectados pela subida do nível médio do mar.
- A agricultura poderá beneficiar, mas as consequências podem variar muito entre regiões e tipos de agricultura.
- Alguns ecossistemas únicos, incluindo as pradarias, as terras húmidas e habitats de água fria serão perturbados.
- Doenças transmitidas por insectos (incluindo a malária, a febre de Dengue e a elefantíase) deverão expandir-se na América do Norte.
- Doenças e mortes associadas à qualidade do ar e à ondas de calor deverão aumentar.
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As regiões polares
O ambiente natural das regiões polares é altamente vulnerável às alterações climáticas. Também algumas populações nativas são vulneráveis e têm baixa capacidade de adaptar às mudanças.
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6. O ÁRTICO A DERRETER: A fusão dos gelos na Primavera - uma corrente de água flui entre as massas de gelo. Fotografia: Biblioteca Fotográfica da NOAA (prima para aumentar, 62 kB)
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- As alterações climáticas nas regiões polares estão entre as mais dramáticas e entre as que ocorrerão mais rapidamente.
- Já foram registadas várias modificações, entre as quais estão: a redução na espessura dos gelos no Árctico, o recuo do permafrost (solos permanentemente congelados), a erosão costeira, as mudanças na cobertura de gelos e alterações na distribuição de espécies.
- O gelo do Árctico irá derreter mais depressa que qualquer outro porque está sobre o oceano. Grande parte do gelo do Árctico pode desaparecer em pouco tempo e é provável que no final deste século o Pólo Norte fique livre de gelos durante o verão. Isto terá um impacto muito negativo na biodiversidade. Um efeito positivo é o grande encurtamento da rota marítima entre a Europa e o Japão.
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Ilhas
As ilhas são geralmente muito vulneráveis e têm pouca capacidade adaptativa.
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7. Cheias em áreas costeiras de baixa altitude causadas por marés vivas. Com a continuação da subida do nível médio do mar, estes acontecimentos tornar-se-ão mais comuns. Fotografia: Biblioteca Fotográfica da NOAA (prima para aumentar, 85 kB)
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- A subida do nível médio do mar causará graves prejuízos, incluindo a erosão costeira, com perda de propriedades e terrenos aráveis. As subidas tempestuosas do nível do mar, a intrusão salina nos solos e a salinização dos reservatórios de água doce são outras consequências nefastas. A adaptação a estes efeitos necessita de recursos económicos substanciais.
- Os ecossistemas costeiros ficarão debilitados e ameaçarão as pescas.
- A agricultura sofrerá com a salinização dos solos e dás águas.
- O turismo, que é muitas vezes uma importante fonte de receitas, deverá também diminuir acentuadamente quando os efeitos das alterações climáticas se tornarem evidentes.
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Autor: Camilla Schreiner - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway. Revisores científicos: Andreas Tjernshaugen - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway - 2004-01-20 e Knut Alfsen - Statistics Norway - Norway - 2003-09-12. Revisor educacional: Nina Arnesen - Marienlyst school in Oslo - Norway - 2004-03-10. Última actualização: 2004-03-27. Versão portuguesa: João A. Santos. |
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