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O homem e o clima
básico
1. Terão as alterações climáticas causa humana?
2. Como será o futuro?
3. Como poderemos minorar os impactos humanos no clima?
- Que podemos fazer?
- O que podem fazer os governos?
- Cooperação internacional
mais
     
 

Como estamos a alterar o clima?

Básico

3. Como poderemos minorar os impactos humanos no clima?

Podemos minorar esses impactos emitindo menos gases de efeito de estufa, tais como o CO2. Quanto menos emitirmos, menor será o aquecimento no futuro.

 

 

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1. CICLISMO: Quanto menos emitirmos, menor será o aquecimento no futuro. Fotografia: Galeria Corel

 

 

Queimar menos combustíveis fósseis

É possível abrandar o ritmo das alterações climáticas e até eventualmente fazer com que elas estabilizem. Mas, o sistema climático reage lentamente. Os gases que já libertámos continuarão ainda durante muitos anos a afectar o clima - mesmo que terminássemos hoje todas as emissões. A redução de emissões abrandará o ritmo das alterações climáticas a longo prazo, mas o clima continuará a sofrer alterações durante toda a nossa vida por causa das emissões anteriores. Não obstante, os nossos filhos e netos poderão usufruir dos nossos esforços para limitar as emissões.

A redução da queima de combustíveis fósseis, com menores emissões de CO2, é a medida mais importante que podemos tomar para minorar as alterações climáticas e os seus efeitos nefastos.

Desenvolvimentos tecnológicos e mudanças no estilo de vida podem reduzir as quantidades de energia que utilizamos. Estes desenvolvimentos podem também diminuir significativamente a poluição resultante dos transportes, da produção de energia, das actividades industriais, entre outras.

  

As emissões de gases de efeito de estufa podem ser consideravelmente reduzidas com a utilização de outras fontes de energia para além dos combustíveis fósseis. Fontes alternativas incluem energias renováveis, tais como as energias eólica, solar e hídrica. A biomassa, tal como a madeira, palha e outros materiais vegetais (desde que a vegetação cortada seja substituída por nova), também é uma importante fonte alternativa. A energia nuclear, apesar de controversa, é também uma energia renovável.


  

A Inovação Tecnológica pode criar novas fontes de energia que permitam a substituição dos combustíveis fósseis no futuro. Por exemplo, os carros podem funcionar a hidrogénio em vez de gasolina ou gasóleo (os motores a hidrogénio não emitem CO2, mas para produzir hidrogénio é necessária muita energia. Se esta energia provém do carvão, óleo ou gás então poderemos emitir tanto CO2 como se os carros andassem a gasolina, o que a torna inútil).

 

 

Poderemos filtrar o CO2?

Muitos tipos de poluição podem ser 'limpos' utilizando filtros específicos. Hoje, não existe tecnologia que permita uma filtragem efectiva do CO2 das chaminés industriais, centrais energéticas e motores a preços razoáveis. Todavia, quer os governos, quer as companhias privadas em muitos países estão a trabalhar para desenvolver tecnologias de custo suportável que podem capturar o CO2 resultante da queima de carvão, petróleo ou gás antes de este ser libertado para a atmosfera. Este gás poderá então ser armazenado no subsolo, por exemplo em poços de petróleo entretanto esvaziados.

A companhia petrolífera "Statoil" armazena cerca de 1 milhão de toneladas de CO2 em cada ano. Este gás é armazenado mil metros abaixo do fundo do oceano numa área de formação rochosa no Mar do Norte. O CO2 é separado do gás natural que é bombeado no campo de Sleipner e é injectado nos depósitos do subsolo. A formação rochosa tem espaço para pelo menos 600 biliões de toneladas de CO2, o que é aproximadamente equivalente à totalidade das emissões de todas as centrais energéticas da Europa nos próximos 600 anos.

 

 

2. NAS PROFUNDEZAS DO MAR: O gás natural é extraído do fundo do mar no campo de Sleipner no Mar do Norte. O CO2 é separado do resto do gás e bombeado novamente para o interior da formação rochosa mais próxima. Ilustração: Alligator Film/BUG (prima para aumentar, 135 kB)

Antes de se poder aplicar esta tecnologia em larga escala existem dois obstáculos que têm ser ultrapassados. Primeiro, devemos ter garantias de que as áreas de armazenamento são realmente seguras, não ocorrendo fugas de gás. Segundo, os custos envolvidos na captura e armazenamento do CO2 devem descer para níveis suficientemente baixos de forma a serem suportados pela indústria. Hoje ninguém sabe se ou quando o CO2 pode ser capturado e armazenado a preços razoáveis. De qualquer forma, este processo só pode ser utilizado para uma fonte de emissão suficientemente extensa (por exemplo, centrais energéticas e fábricas). As emissões provenientes de fontes de pequenas dimensões e dispersas não podem ser reduzidos com esta tecnologia (por exemplo, carros, aviões e queimadores de gás).

 

 

Reduzir as emissões de outros gases de efeito de estufa

Podemos também reduzir as emissões de gases de efeito de estufa de outras fontes para além dos combustíveis fósseis.

  • Parando a desflorestação poderemos evitar a libertação de CO2 para a atmosfera e ao mesmo tempo conservamos um dos grandes reservatórios naturais deste gás. Hoje a desflorestação é especialmente grave nas regiões tropicais, onde as florestas estão a ser cortadas, entre outras causas, para aumentar as áreas agrícolas e urbanas e para alimentar o comércio mundial de madeiras exóticas.
     
  • As lixeiras libertam elevadas quantidades de metano (CH4), que é um poderoso gás de efeito de estufa, através da decomposição da matéria orgânica aí depositada. No entanto, se este gás for capturado e utilizado como combustível poderemos simultaneamente obter energia e reduzir as emissões de gases de efeito de estufa.
      
  • A agricultura contribui para as emissões de CO2, metano e óxido de azoto (N2O). Métodos e práticas agrícolas mais ecológicos podem reduzir substancialmente estas emissões.
     
  • Muitos tipos de actividades industriais libertam gases de efeito de estufa, especialmente aquelas que envolvem a libertação de fluorina (HFCs, PFCs, and SF6). Estas emissões podem ser reduzidas com novas tecnologias de produção.

 

 

Captura de CO2 da atmosfera

Também podemos aumentar a absorção de CO2 através das florestas, solos e mares.

  • Quando plantamos florestas em zonas onde anteriormente não existiam o carbono da atmosfera é armazenado pela vegetação em crescimento. Assim, algum do CO2 que emitimos é retirado da atmosfera. Contudo, a capacidade de aumentar a absorção deste gás por este meio não é mais do que uma pequena fracção das emissões totais associadas às actividades humanas. Plantar florestas pode também criar problemas - em alguns casos destrói habitats de vida selvagem adaptados às condições anteriores.
     
  • Os oceanos absorvem grandes quantidades de CO2 da atmosfera. Uma outra medida possível seria a fertilização dos oceanos com fitoplâncton (algas microscópicas), grandes responsáveis pela absorção de carbono atmosférico através da fotossíntese. A eficácia desta medida ainda não está devidamente documentada e o crescimento de algas após a fertilização pode ter consequências indesejáveis.

3. FLORESTAS: Através da plantação de florestas poderemos aumentar a absorção de CO2 atmosférico. Fotografia: Galeria Corel

 

As emissões de gases de efeito de estufa provêm de uma grande quantidade de fontes. Deste modo, muitas e variadas medidas têm de ser tomadas para limitar estas fontes. Todavia, são necessárias medidas estratégicas focadas nas emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis, já que esta é a principal origem dos gases de efeito de estufa.

 

 

Porque razão a queima de madeira não contribui para as alterações climáticas?

4. ENERGIA DA BIOMASSA: Os biocombustíveis são considerados neutros na acumulação de CO2 na atmosfera. Fotografia: Galeria Corel

Quando é utilizada a biomassa como combustível é libertada energia na forma de calor e CO2. No entanto, se as árvores cortadas forem substituídas por novas, o CO2 libertado é novamente absorvido e restabelece-se assim o equilíbrio no ciclo do carbono. Então, ao longo do tempo a concentração de CO2 permanece constante devido à queima dos biocombustíveis. Esta é a razão pela qual os biocombustíveis são considerados neutros na acumulação de CO2.


 

 

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Autor: Camilla Schreiner - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway. Revisores científicos: Andreas Tjernshaugen - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway - 2004-01-20 e Knut Alfsen - Statistics Norway - Norway - 2003-09-12. Revisor educacional: Nina Arnesen - Marienlyst school in Oslo - Norway - 2004-03-10. Última actualização: 2004-03-27. Versão portuguesa: João A. Santos.

 

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last updated 09.11.2004 06:44:45 | © ESPERE-ENC 2003 - 2013