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Como estamos a alterar o clima?
Básico |
1. Terão as alterações climáticas causa humana?
Pela primeira vez na história da humanidade estamos a alterar o clima terrestre através da emissão dos chamados gases de efeito de estufa. A principal causa destas emissões prende-se com a rápida intensificação da utilização dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e seus derivados, gás natural) desde o início da Revolução Industrial.
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Alterações climáticas no passado
O clima da Terra tem sofrido sempre alterações ao longo do tempo. Apenas à 20,000 anos atrás, grande parte do norte da Europa ainda estava coberto por um enorme glaciar com mais de 3 km de espessura! Nessa mesma altura, os Alpes e os Pirinéus estavam também cobertos com camadas de gelo, embora um pouco mais finas. Mudanças climáticas súbitas aconteceram frequentemente durante a Idade do Gelo, causando expansões ou retrocessos na cobertura glaciar. Nos climas frios ao longo do bordo sul dos glaciares pequenas comunidades humanas caçavam renas, cavalos selvagens e bisontes.
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As pessoas da Idade do Gelo deixaram-nos vestígios de utensílios de pedra e fantásticas gravuras rupestres. No entanto, o seu modo de vida estava prestes a desaparecer para sempre. Ao longo de milhares de anos a órbita da Terra em torno do Sol sofreu alterações graduais que levaram à ocorrência de verões mais quentes e, em consequência, os gelos começaram a fundir. A Idade do Gelo terminou acerca de 10,000 anos. Desde então, o clima no Hemisfério Norte tornou-se progressivamente mais quente e muito mais estável. Assim, a agricultura desenvolveu-se rapidamente, surgiram as primeiras cidades e as primeiras civilizações - o que teria sido muito difícil de acontecer durante a Idade do Gelo.
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1. GRAVURA RUPESTRE: cavalo selvagem na gruta de Lascaux (França) gravado e pintado à cerca de 12,000-17,000 anos. Quando a Idade do Gelo terminou, o modo de vida das pessoas alterou-se profundamente, deixando de realizar este tipo de gravuras. Fotografia: Artchive.com (prima para aumentar, 75 kB)
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Estaremos sempre expostos ao risco de inesperadas e desagradáveis alterações climáticas de causas naturais. Por exemplo, acerca de 400 anos atrás a Europa experimentou um período relativamente frio denominado por Pequena Idade do Gelo (não foi tão frio como uma verdadeira Idade do Gelo). A nossa situação actual é muito diferente, já que estamos expostos aos riscos de alterações súbitas causadas pela humanidade. Devido às crescentes emissões de CO2 e outros gases de efeito de estufa, espera-se que durante os próximos cem anos o aquecimento da Terra seja o mais rápido desde o fim da última Idade do Gelo.
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Dos problemas locais para os globais
Desde que existem humanos à face da Terra que temos afectado o meio ambiente à nossa volta. Mas, no passado, os efeitos da caça, recolecção ou actividades agrícolas foram basicamente locais. Este cenário alterou-se radicalmente com a Revolução Industrial, que começou à volta de 1750, e que teve uma particular intensificação nos séculos XIX e XX. Uma revolução implica uma alteração social profunda.
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2. COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS: Antes da revolução industrial todos os navios eram movidos a remo ou vela. Os primeiros navios com motor eram movidos a vapor, resultante da combustão do carvão. Fotografia: Biblioteca Fotográfica da NOAA (prima para aumentar, 140 kB)
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A Revolução Industrial teve lugar quando se iniciou a produção em massa de bens de consumo em grandes unidades industriais e com recurso a máquinas a carvão e, mais tarde, a petróleo, gás natural e electricidade. Deste modo, a par do desenvolvimento da tecnologia moderna, a produção de bens de consumo ficou muito facilitada. Na época pré-industrial - isto é, antes da Revolução Industrial - não existiam comboios, carros, aviões, luz eléctrica, fábricas, telefones ou televisores.
Quanto mais nós produzimos e consumimos, mais afectamos o meio ambiente à nossa volta. Durante os últimos 50 anos, pela primeira vez na história, temos testemunhado sinais claros da influência do Homem no ambiente de todo o planeta; estamos a criar problemas ambientais que não são apenas locais, mas também globais. Um dos problemas ambientais à escala global prende-se com as alterações climáticas induzidas pelo Homem, também conhecido por aquecimento global.
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Alterações climáticas globais
As alterações climáticas induzidas pelo Homem são o resultado na nossa emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera. Estas emissões têm diversas origens, incluindo as actividades industriais e agrícolas, que fornecem os mais variados bens de consumo, as centrais energéticas, que produzem electricidade, os carros e os aviões, que nos permitem deslocações rápidas e confortáveis.
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Os gases de efeito de estufa afectam o clima da Terra através de um reforço do efeito de estufa. Este último processo tem causas naturais e está relacionado, por um lado, com a elevada transparência do vapor de água, CO2 e outros gases da atmosfera terrestre à radiação solar e, por outro lado, com a sua elevada absorção da radiação emitida pela Terra, que de outra forma seria reenviada novamente para o espaço exterior. Sem este efeito de estufa natural a temperatura da superfície do globo seria de cerca de -18ºC e a Terra estaria desabitada (escolha o tópico Baixa Atmosfera para saber mais acerca do efeito de estufa).
A emissão de gases de efeito de estufa em grandes quantidades leva a um aumento da sua concentração atmosférica, o que conduz a um efeito de estufa adicional, com mais calor a ser retido pela atmosfera. Este efeito adicional leva a um incremento da temperatura do ar e a alterações no clima da Terra.
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3. O EFEITO DE ESTUFA: a radiação (luz) solar entra livremente na atmosfera terrestre (setas amarelas do lado esquerdo da figura). Alguma dessa radiação directa é imediatamente reflectida pelas nuvens, poeiras e superfícies reflectoras (setas amarelas a meio da figura). A restante radiação é absorvida e aquece a Terra. Os gases de efeito de estufa reduzem significativamente o escape de radiação para o espaço exterior (setas a vermelho na figura). Imagem: CICERO/Petter Haugneland (prima para aumentar, 56 kB)
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Autor: Camilla Schreiner - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway. Revisores científicos: Andreas Tjernshaugen - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway - 2004-01-20 e Knut Alfsen - Statistics Norway - Norway - 2003-09-12. Revisor educacional: Nina Arnesen - Marienlyst school in Oslo - Norway - 2004-03-10. Última actualização: 2004-03-27. Versão portuguesa: João A. Santos.
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