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O homem e o clima
básico
1. Terão as alterações climáticas causa humana?
2. Como será o futuro?
- Exemplo 1: Europa
- Exemplo 2: Índia
- Consequências para as pessoas
3. Como poderemos minorar os impactos humanos no clima?
mais
     
 

Como estamos a alterar o clima?

Básico

2. Como será o planeta aquecido?

 

De que forma o clima afecta as pessoas:
Exemplo 1

A Europa está inundada!
 

 

básico
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Julho de 2002: Soldados, polícia, bombeiros e voluntários empilham sacos de areia para construir represas em Praga (a capital da República Checa) e em Dresden (Alemanha). A água está perigosamente a subir no rio Vltava na Checoslováquia e, mais a jusante, na parte Alemã do Elba após chuvas torrenciais. O Danúbio e vários afluentes estão também a transbordar as suas margens. Centenas de milhar de pessoas devem ser evacuadas das suas casas antes de estas serem inundadas.

 

Entretanto o debate espalha-se pelos jornais, televisões e rádios: Serão estas cheias um sinal das alterações climáticas provocadas pelo Homem? Ninguém sabe ao certo se este evento particular pode ser atribuído às emissões de CO2 e a outros gases de efeito de estufa, porque sempre tivemos cheias e condições atmosféricas extremas. Mas, quando o planeta se tornar mais quente, avisam os peritos, alguns acontecimentos extremos como este tornar-se-ão mais comuns.

 

1. CHEIAS: As ruas transformam-se em rios. Fotografia: Galeria Corel

Fazer as malas
A equipa de salvamento atribuiu pouca importância às causas da cheia; está mais preocupada com a forma como a tem de enfrentar. Em alguns locais a água está a subir um metro por hora, por isso têm de se apressar! Camiões com sacos de areia são conduzidos para as cidades. Chapas de ferro de vários metros de altura também são usadas para conter as águas. Bombas de água têm sido instaladas para bombear a água novamente para os rios. Nos museus, as caves têm sido atempadamente esvaziadas de todas as obras de arte. Os helicópteros militares transportam pacientes para os hospitais. Nas cidades e povoações ao longo de rios os habitantes empilham sacos dentro de carros e preparam-se para partir, mantendo assim os seus bens materiais e as suas próprias vidas a salvo. Alguns deslocam-se para as casas de familiares e amigos. Outros aglomeram-se em extensos acampamentos, aguardando a descida das águas. Numa aldeia as pessoas esperaram demasiado tempo para evacuar e amontoam-se agora nos telhados das suas próprias casas. Nalguns casos, as jangadas capotaram, gorando as tentativas de fuga. Entretanto, a equipa de socorro atravessa sérias dificuldades nas regiões onde a cheia é mais dramática. As transmissões de rádio, televisão e electricidade estão condicionadas sobre vastas regiões; estradas e pontes foram literalmente arrastadas pelas correntes e as operações de salvamento têm de ser efectuadas com recurso a barcos. Em alguns lugares, a travessia dos rios a barco revela-se também bastante perigosa.

2. CHEIAS: Imagem de satélite do rio Elbe em Agosto de 2000 e Agosto de 2002 (durante o episódio de cheia). Fotografia: NASA (prima para aumentar, 195 kB)

Uma vez que muitas lojas deverão permanecer fechadas, as autoridades recomendam o armazenamento de comida e água. Todas as embarcações soltas dos respectivos ancoradouros deverão ser removidas para evitar mais estragos nas pontes a jusante.
      Os maiores rios da Europa sempre transbordaram do seu leito de tempos a tempos, mas os níveis de água do Vltava e Elbe atingiram níveis máximos absolutos em 2002. Em alguns locais, o nível da água aumentou mais de dez metros. As cheias provocaram a morte de doze pessoas na Alemanha e de nove na República Checa e os danos materiais ascendem a biliões de euros.

Ausência de seguros
Os impactos deste tipo de evento podem ser sentidos durante muito tempo. O regresso das populações pode ser muito lento e, apesar de o rio ter retornado aos seus níveis normais, existe ainda muita água acumulada nas casas e baixios. Para além disso, o regresso só é possível quando forem restabelecidos os fornecimentos de electricidade e de outros bens de consumo e é ainda necessário verificar a segurança das estruturas dos edifícios. Os agricultores que vivem nas margens do rio deparam-se com danos completamente irreparáveis nas suas culturas e, mais grave ainda, com a erosão dos solos. Para mais, à medida que a água seca, um outro problema surge: muitas vítimas da cheia não possuem qualquer tipo de seguro contra este tipo de catástrofe natural e não podem suportar os custos elevados das reconstruções e reparações nas suas casas e negócios. Este problema foi particularmente sentido no leste da Alemanha, onde o governo disponibilizou verbas especiais para fazer face à calamidade pública resultante das cheias.
     Episódios como este - cheias do verão de 2002 - podem tornar-se mais frequentes no futuro. Com a continuação do aquecimento global podemos esperar cheias mais intensas e mais frequentes nas bacias de grandes rios como o Vltava, Elbe, Reno ou Danúbio e seus afluentes, como resultado de um esperado aumento na precipitação sobre vastas áreas da Europa (com excepção do Sul da Europa, onde as condições poderão ser ainda mais secas que as actuais). Cheias frequentes podem causar danos da ordem de biliões de euros. Com vista à adaptação a estas alterações, as áreas residenciais e de negócios poderão ser relocalizadas, as práticas agrícolas poderão ser modificadas, novos canais, diques e sistemas de drenagem mais eficientes poderão ser construídos. Adicionalmente, edifícios históricos de elevado valor patrimonial estão expostos a grandes riscos quando as águas inundam as ruas antigas das cidades. Se olharmos para um mapa da Europa, podemos concluir que muitas capitais europeias e grandes cidades se situam nas margens imediatas de rios caudalosos.

 

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Autor: Camilla Schreiner - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway. Revisores científicos: Andreas Tjernshaugen - CICERO (Center for International Climate and Environmental Research - Oslo) - Norway - 2004-01-20 e Knut Alfsen - Statistics Norway - Norway - 2003-09-12. Revisor educacional: Nina Arnesen - Marienlyst school in Oslo - Norway - 2004-03-10. Última actualização: 2004-03-27. Versão portuguesa: João A. Santos.

 

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last updated 08.11.2004 22:44:23 | © ESPERE-ENC 2003 - 2013